22 novembro 2011

Innovare - ABC In Concert 2011

Apresentação do Innovare no ABC In Concerto, no Teatro Municipal de Santo André no dia 19 de novembro de 2011.

Bem, foi uma incrivel apresentação e evento. Todo mundo gostou. A casa entupida de gente, tinha pessoas em pé, sentado nas laterais, no chão. E aplausos acalorados, pediram até mais uma. Até os funcionários do teatro, calejados de ouvir tantos eventos e musicas, nos parabenizavam, pois foram tocados pelas músicas.

Bem, a gravação da que disponho é de uma amiga, Paola, que ficou muito boa, alias, deu para perceber varias falhas acusticas, que espero que seja corrigido nas próximas apresentações; mas por outro lado, a camera capturou muito os timbres mais claros, e os mais escuros e graves pouco. Esses são são videos da primeira sessão (o da segunda ficou melhor, mas não tenho videos bons de tal). Menos o "Pai Nosso", que é uma gravação da Deise, que capturou muito as caixas pela proximidade, e isto ocorreu na segunda sessão. Boa apreciação.

(vídeos da primeira sessão)

Pai Nosso

Hallelujah

You Are God Alone


Bem, acrescendo aqui um video, de uma garotinha que também cantou no ABC In Concert. Ela tem apenas 12 anos, e veja o que é capaz.

Mechely Manuely - Jerusalem

19 novembro 2011

Requiem de Verdi

Bem, um dos mais incriveis requins, talvez não de caráter 'espirituoso' vamos assim dizer, mas num sentido, que nos envolve muito como se fosse moldado numa trama, um drama, uma ópera. Que se tornou uma das obras mais conhecidas do Verdi. E aqui, um vídeo excelente, na integra, sem paradas ou cortes, com a excelente orquestra da BBC de Londres, e um coral dos melhores que já vi. Bem, para ser sincero, não gostei muito do segundo tema, o Dia de Ira, e o segundo, das tumbas (do ressonar dos trompetes), podiam ter caprichado mais, visto que, normalmente procuram caprichar muito neste ponto [veja: Requiem - Verdi - Dies irae & Tuba mirum]

Proms 2011 - Prom 13 - Broadcast on BBC 4
Original concert on 24 July 2011 - Broadcast on 21 August 2011

Verdi's Requiem

Marina Poplavskaya - soprano
Mariana Pentcheva - mezzo-soprano
Joseph Calleja - tenor
Ferruccio Furlanetto - bass

BBC Symphony Chorus
BBC National Chorus of Wales
London Philharmonic Choir

BBC Symphony Orchestra

Semyon Bychkov - conductor



15 novembro 2011

RELIQUIA - 7ª Sinfonia de Bruckner (Eugen Jochum, Concertgebouw)

Bem, o que dizer de Jochum, e de suas interpretações de Bruckner, uma gravação que dele da 8ª é a melhor que considero, sobretudo, do primeiro e último movimento, apesar do som com bastante sujo da gravação. Mas é incrivel! A Concertgebouw que eu particularmente, tenho considerado a melhor do mundo. Bem, temos aqui a 7ª sinfonia, a qual, eu simplesmente a considero, a classifico como totalmente desumana, mas sim, divina. O segundo movimento então! Pena que a qualidade do audio esteja ruim.

Movimento 1





Movimento 2





Movimento 3



Movimento 4

06 novembro 2011

Holts - Marte O Mensageiro da Guerra

Gustav Holst, bem, imagine um cara no inicio do modernismo, com uma incrivel conhecimento musical, que tocou violino e trombone a nivel profissional por muitos anos, e que desenvolveu umas idéias tão originais; quais depois vemos serem muitas sendo usadas (para não dizer plagiadas), em muitas composições de trilhas sonoras por ai. Apenas dessa suite "Os Planetas", daria para tirar facilmente temas que inspiraram John Willians, Henry Mancini, Hans Zimmer e outros.

Conheci esse autor, e essa obra dele num CD da Coleção Grandes Compositores da Música Clássica da Abril. Vem ali um pouco sobre a sua biografia, era uma pessoa fortemente ligada ao exoterismo, horoscopo e essas coisas. E então, resolveu fazer essa suite em prol de mostrar o significado de cada planeta de acordo com sua ideologodia do horoscopo. Bem, todavia, apenas Marte e Jupiter ficaram muito famoso, os outros nem tantos.

Bem, eu particularmente gosto muito dessa. Por dois motivos: (1) INTENSIDADADE E DRAMA. Se você procura uma SUPER MÚSICA para trincar seus ossos, te esbugalhar os olhos... sobretudo em pensar no PESO dos metais (sim, há coisas escritas com a marcação FFFF). Além do super carater marcial, é uma marcha de dar inveja em qualquer compositor de marcha - no bom sentido. A marcação das caixas, com os trompetes em unissono com madeiras e violinos, com ataques de tercinas estacadas como se cortassem o ar com tiros ou gritos, causa um drama incrivel! Alias, marcação qual foi COPIADA na trilha sonora do filme "O Gladiador" na cena em que eles estão lutando no Colisseu. E (2), é incrivel a linguagem dessa música, você pode não ter nenhuma afinade com música e consegue interpretar claramente o terror desta música, o incrivel drama, os suspenses, das mudanças cromáticas, aqueles drama daquela coisa crescente, como se um objeto no fundo estivesse crescendo, ou nós indo até tal, o contrário; mas é sombrio, escuro, não sabe muito bem o que esperar dele, mas é um grande terror! É bélico! É militar! É realmente como se estivesse nos avisando com o encontro da maior baratalha, de uma super guerra. Cuidado! Crianças podem ter um treco ouvindo isso, imagino. Ficou bem claro essa ideia de um contexto extremamente caótico de deixar as pessoas atonicas e em panico, impor a seriedade da questão: "A Guerra está vindo ao seu quintal!"

Coloquei duas versões que encontrei no youtube. Uma da Proms, bem incrivel, ficou mais frio no sentido, de você sofrer "agulhadas" ouvindo, achei que os graves ficaram melhores, com mais peso. O outro video é uma com a Sinfonica de Chicago, que ao meu ver caprichou mais nas dinamicas de intensidade, e estava mais algo para fogo, flamejante, gritos estéricos, ficou tão incendiario que ficou dificil distinguir os instrumentos; mas não gostei muito dos sons dos trombonetes, ficou muito rachadão; provavelmente questão de instrumento & bocal que não aguentava tanto volume sem rachar.

Imagine uma música com o seguinte nipe de metais:
4 trompetes
3 trombones (1 baixo)
2 tubas (uma tenor = bombardino)
6 trompas
fora a percussão super forte, com até um gomgo.


Boa apreciação.

Caso queira tocar ou ver as partituras, acesse: IMSLP



30 outubro 2011

Jean Sibelius - Sinfonia 2 - Bernstein

Bem, entre os meus favoritos compositores, estão no topo, Bruckner e Sibelius, sem sombras de dúvida. Há muitas coisas que já disse sobre este compositor finlandês, qual compôs o que hoje é o hino nacional desta nação nórdica, fria, gelada, e ao mesmo tempo, de incriveis paisagens. Sua incriveis sinfonias são realmente incriveis, é uma melhor que a outra. Bem, está em especial eu ouvi muito pouco para ter ainda alguma posição , ou encontrar alguma poesia para tentar descrevê-la. Mas vale muito a pena a ver, é grande, nos faz pensar em grandes obras, como a Sinfonia 5 de Beethoven e os primeiros movimentos de sua nona. Coisas grandes como, o organistico finale da 4ª de Bruckner, alias, compare o final destas duas obras (não há uma grande semelhança?). Bem, paro por aqui... para não transcorrer numa longa retórica, um tanto ainda imatura para falar desta obra. Mas pelo menos, ouça o finalzinho, a partir dos 18 minutos, no segundo video... é o final do 4º movimento, olha o Bernstein, o que ele está fazendo? Parece que está regendo? Parece até que esqueceu de reger, parece que está apenas apreciando ouvindo, um enorme prazer, um transbordamento de grandes e incriveis impressões ocorrem em sua mente. Parece até que está simplesmente orando, agradecendo a Deus por aquele momento, por aquele som, aquele momento de algum tipo de 'compartilhamento', algo grandioso, incrivel, que está emanando, grandioso. Sim! É tremendamente belo!!! Ouvi várias vezes esse ultimo pedaço no volume no máximo... ai de meus ouvidos se ousar não suportar o volume, que agora mesmo os forneço. - Calorosos aplausos merecidos!

Comentários de meu grande amigo Vinícius Penegaci: "maravilhoso.. graças a Deus temos ainda o que nos tira o folego neste mundo.."

Movimentos 1 e 2


Movimentos 3 e 4

Schoenberg e Karajan - Noite Transfigurada

Schoenberg, famoso, principalmente pela sua famosa obra "Harmonia"; porém, conheço muito pouco dele. Havia ouvido, na verdade, apenas uma música dele, bem aos moldes de música moderna BASTANTE atonal, amelódica, que apenas explorava ritmos, percusões e timbres novos, o que não me atrai muito. Até que então, meu notável músico, e futuro grande músico como regente, e possívelmente compositor, Paulo Vinícius Penegacci, me presentou com esta incrivel gravação, que nas palavras dele, talvez as melhores para descrever esta música: "two words, Schoenberg and Karajan"

O que posso acrescentar? Bem, está música me fez pensar em muitos adagios romanticos; especialmente da sinfonia 8 de Bruckner, alguma coisa da 5ª e 8ª de Mahler, estranho.. e alguma reminiscencia da famosa serenata noturna de Beethoven. Algo que nos faz sempre lembrar de uma noite, uma noite daquelas sem sono, de pensamentos, dramas, e até mesmo, raios da alvorada (a esperança vem pela manhã).


23 outubro 2011

Hope Brass - IASD Coreana

Hope Brass participando do 47º aniversário da IASD Coreana do Brasil no dia 21 de outubro de 2011. Infelizmente, apenas estas duas músicas arranjadas, pelo Elcio Pallone, foram filmadas.

Instrumentistas

Flugelhorn: Evandro
Sax alto: Felipe, Jeferson e Thomas
Sax soprano: Jeferson
Sax tenor: Elcio
Trompete: Evandro, Marcio e Matheus
Trombone: Lucas
Tuba: Elton


Não Desistir



Um Milagre Senhor

*está cortada

15 outubro 2011

Hope Brass - Oh! Que Esperança

Resultado do primeiro ensaio do Hope Brass do arranjo feito pelo Elcio Pallone do hino 469 do Hinário Adventista, "Oh! Que Esperança".

Trompetes: Evandro, Marcio e Mattheus
Trombone: Lucas
Tuba: Elton
Sax alto: Jeferson, Magal e Thomas
Sax tenor: Elcio


14 outubro 2011

Dmitri Shostakovich - Sinfonia 11 - O Ano de 1905

Não podia deixar de um dia falar desta obra simplesmente extraordinária. O russo Shostakovich, que me faz lembrar muito Tchaikovsky; na verdade, ao ouvi-lo, penso que seria o Tchai no modernismo. Acho que em ambos, se predomina muito a cultura Russa, algum tipo de frieza estética muito peculiar dos compositores siberianos. Bem faço aqui, algumas impressões que tive da sua sinfonia 9.

1º Mov – Palace Square
O inicio, uma ideia sombria, ao mesmo tempo fria, como uma névoa; estamos na Rússia, e ali, estamos vendo as cidades, a cultura Russa, há certa beleza, mas há uma atmosfera sempre presente, pelas harmonias atonais das cordas nos dando claramente a idéia “há algo estranho acontecendo”; algum tipo de ‘conspiração’, algum tipo, de censura, parece que o povo anda calado, há certo medo, há´algo acontecendo. Vai surgindo ideias bélicas, uma marcha (de inicio em pontos distantes, escondidos, ocultos, mais vai se tornando mais presente com o tempo), manifestações (tímpanos)... começa haver reflexões, diálogos entre pessoas sobre isso (duetos das flautas). Trompetes em surdina trazem uma manifestação, é uma voz em meio ao silêncio se manifestando. Tensões vão surgindo e crescendo; um ar mais intenso dessas tensões, intrigas, manifestações, vão sendo exibidas nos diálogos das madeiras. Vai ficando evidente, e chega uma hora que some aquela ‘névoa’ das cordas, agora as coisas já não estão mais tão ocultas. Um senso de liberdade sendo massacrada. O movimento encerra com a clara ideia que as coisas se resolveram de modo ruim; logo, algo muito ruim estaria para acontecer.

2º Mov. – 9 de Janeiro (O Domingo Sangrento)

Os inimigos chegam, a movimentação das tropas, e o conflito, a brava luta, e a forte resistência, extremamente tenso. É sanguinário, impiedoso! Aos 15min. ocorre a abrupta mudança para a calada e o silencio frio, enquanto caem flocos de neves e poeira (trompete com surdina relembra tema do mov. 1), é o fim de uma batalha/conflito, com um alivio, um silencio que torna de repente, em meio a nevoa e a escuridão talvez, mas o clima tenso ainda continua, você olha no horizonte ainda em vigilância, procurando talvez que mais inimigos surjam para atacar repentinamente, ou tentando enxergar algum movimento, pois parecem estarem camuflados pela neve, em meio há uma paisagem cheia de corpos mutilados e fuzilados no chão. É um silêncio angustiante que vai se mantendo até encerrar o movimento. Enquanto se ouve ainda alguns sons ao longe de movimentos militares, tiros e explosões, em meio a uma paisagem já destruída, desfigurada pelo conflito. É um silêncio que fede a tristeza da morte.

3º Mov. – Eternal Memory

O terceiro movimento me intriga muito, dá para saber se é uma continuação do conflito do 2º movimento, ou se é uma lembrança do ocorrido, da revolução em andamento; ou então, uma lembrança, intensa, angustiante, como um pesadelo; ou que então, de repente, a conflito começa novamente. Se percebe claramente a critica do autor, Shostakovit, qual não tem NENHUMA apreciação pela barbaridade, que ocorreu, é quase como se estivesse compondo às lágrimas, o que faz suar como uma grande critica, nos afligindo com uma FRIAZISSIMA introspecção sobre o desumano, a barbaridade, a morte, o oposto da paz, algo qual nunca se reverenciar, mas por qual sempre haverá lágrimas de uma memória triste. Ao mesmo tempo, não nega e consolida a grandeza e importância do evento, que ficará marcada para a História.

4º Mov. –The Toscin

Não sei dizer ao certo. Mas este movimento me parece ser a acessão de um novo poder, a tomada do poder, a revolução se efetivando, de forma bem trágica, dramática. Mas todas as vezes que vejo os estacatissimos dos metais com bumbo, e o som da caixa bem seco, me faz pensar que está acontecendo tiros. Por outro lado, parece ser, é o que me lembra, a coração do Dearth Vader do Star Wars, é isso o que me parece, a imposição, o diminio de uma Ditadura, um poder frio e malvado, do lado negro da sombra; é de congelar o coração do povo, dos cidadãos; congelar é pouco, literalmente, desmaiam; e ninguém mais sabe o que será do futuro, é tudo incerteza, pânico, revolta, um tremendo caos civil e cultural; é tão frio quanto o ateísmo pode ser. É isso, é uma música ateia, friamente ateia, sem nenhum resquício de espiritualidade e virtuosas introspecções que contem algum tipo de senso de belo, pureza, certo. Aqui é o antônimo! Por volta dos 8 min. e pouco.. há uma quebra... abrupta, voltando aquele sinistro silêncio que vemos no inicio do 1º movimento, crescendo agora já com uma característica de releitura, ou recordação do que aconteceu. Por volta dos 11 e meio as madeiras começam a puxar um acintoso ritmo furioso, já sem o caráter bélico, mostrando as rápidas mudanças, a imposição, uma força potente, qual deixa a todos (creio que o eu lírico aqui, ou o herói da história, é ‘o povo’, o a música trata da perspectiva e sentimento do povo), sem nada poder fazer. E então, os metais surgem proclamando e anunciando a “coroação do novo poder”, é tremendo, é uma mão de ferro impiedosa, cheia de terror, e uma imagem austera e poderosa, pois aliás, a Rússia é uma grande nação. É um Dearth Vader que subiu ao trono. E assim a música encerra com esse drama; sem nem mesmo precisar discursar ou provar que é algo terrível, todos tem consciência disso.

Considerações finais
Eu não li nada sobre esta composição, não pesquisei nada antes de ouvi-la e escrever as palavras acima. Apenas depois, eu fui ver o que tinha acontecido no dia 9 de Janeiro de 1905, que eu não lembrava; mas já tinha uma ideia na mente, de alguma coisa a ver com o Socialismo Soviético, ou a Revolução Russa. Foi ai que então, que ao pesquisar, lembrei do "Domingo Sangranto", que mataram vários manifestantes. Bem, o último movimento me deixou muito intrigado, pois eu não consigo ver uma idéia de favor, da parte de Shostakovich para o que aconteceu, ou para a Revolução, ou para os seus resultados; eu apenas vejo uma grande e intensa crítica. Mas no final, fiquei em grande dúvida, não sei se é uma critica ao Estado, ao Governo, ou ao Povo, ou aos Revolucionários; ou a todos. Não consegui deduzir isto. Por outro lado, apesar de ser uma obra musical incrível, extraordinária, eu não consigo ver muita 'poesia', uma música que tem um caráter transcendente, não vejo uma ambição artística; apenas algo mais voltado para o Realismo, no sentido, de fazer uma música, como um 'filme', está apenas contando a História.

Bem, mas acho que teria que estudar melhor a obra, e o autor (que conheço muito pouco), para poder dar mais detalhes, e ser mais preciso. Todavia, recomendo muito a audição dessa obra, com muita atenção e muito volume para observar os detalhes; é uma obra titãnica, em todos os aspectos técnicos e orquestral que se pode imaginar.

08 outubro 2011

Adagio da 9ª Sinfonia de Beethoven

Nona Sinfonia de Beethoven, por muitos, o maior presente que a humanidade já recebeu; sua beleza, energia,  alegria, a mensagem tão clara do Ode a Alegria do quarto movimento; a quebra das vaidades, o chamado a simplicidade bucólica dos primeiros movimentos... Mas, ao meu ver, a parte mais extraordinária desta, considerada a maior obra de todos os tempos, a sinfonia da despedida de Beethoven, é o 3º Movimento.

Vamos supor que já tenha escultado umas 50 vezes está sinfonia, então diria que já ouvi pelo menos umas 300, apenas o terceiro movimento. Como o descrevo? Celestial! Divino! A essencia do movimento, o que ele traz e promove é um 'sentimento divino'. É extremamente intrigante! É uma oração, de modo qual, em que ela é pensada e expressa musicalmente, sonoricamente (sem palavras humanas - estas só entram no 4º movimento); e ao mesmo tempo, os graves e trompas, principalmente, descrevem algo como se fosse a parte física, a mecânica, a interação da oração entre Deus e o Homem. Pois, de certo modo, o que prevalece quando se ora, é que nada está acontecendo, além de você falando, pensando; já na música, é como se um novo sentido surgisse que nos capacita a ver "esse vuoooommm" com trêmulos das cordas respondidos pelas flautas e oboés em uníssono; e assim, vemos que quando oramos há algo extremamente magnifico acontecendo ao nosso derredor, somos tomados por uma 'atmosfera celestial'; aos poucos vamos sendo transladados, chegando então ao clímax, ao trono de Deus, clarinado pelos trompetes e trombones. Então somos tomados por uma grande paz, uma certa ironia às tantas vaidades descritas [aterrorizadas] nos movimentos anteriores, e então tomados por um grande sentimento de segurança e gratidão, e uma calma e paz, que vai nos confortando, até o ponto que vamos encerrando nossa oração, 'voltando a Terra' e abrindo os nossos olhos para finalmente 'respirar'.

Experimente uma noite (de preferencia sexta), ao ir dormir, deite em sua cama, apague as luzes, se conforte, deite olhando para o teto. E dê o play nesta música. Feche os olhos, cuidado para não dormir, e então, medite, e deixe ser levado pela música, reparando nos mínimos detalhes de cada madeira, de cada corda arranhada, de cada dinâmica. É incrivel, e eu já fiz e faço isto muitas vezes.

Está é uma versão de Karajan com a Fila de Berlim em 1977. Já ouvi diversas gravações, outras duas boas versões são a de Fricsay (1958), a de Furtwangler e a de Harnoncourt. Mas um amigo muito apreciador de música numa comunidade no Orkut, uma vez falou que eu precisava ouvir essa versão, e teve o trabalho de me enviar o audio em som wav (sem perca de qualidade), pela Internet, há muitos anos atrás, quando não se tinha conexões tão rápidas, o arquivo tem 170mb (apenas este movimento); e de fato, está é a melhor de todas, pelo menos, no que se diz respeito a este movimento; é uma versão divinamente conduzido, parece que não era Karajan regendo os músicos de Berlim, mas o próprio Cristo regendo seus anjos. Por incrível que pareça, fui procurá-la ontem no youtube, e achei logo de cara esta, esta que parece muito a versão que tenho gravada, mas no audio no pc está melhor, mostrando evidentemente a perca de qualidade na conversão do audio. 

Boa apreciação.


01 outubro 2011

Symphony of Praise (Sinfonia do Louvor)

Essa música, aqui no Brasil, ficou muito famosa pela divulgação e gravação que o antigo coral do IAE ou IASP, não me recordo, fez.. que pode ser visto nesse link:

http://www.4shared.com/audio/mYL4DBT2/Sinfonia_do_Louvor.html

Bem, está aqui sua versão mais original, em inglês, para a qual, convenhamos, a articulação das palavras no idioma inglês cai muito bem. Seguindo a minha tese, que o idioma portugues é um idioma complicado para se conseguir fazer certos estilos de música vocal. Achei muito por acaso este vídeo no youtube, nem sei o que estava procurando que acabei me deparando com ele; bem, olha, até que gostei da orquestra, ficou um pouco a estilo uma cantata de Haendel. E o brilho que sai, flamejando em asas de fogo da regente, uou... nos dá o desejo de juntar as nossas vozes, num alto som, como Davi, e fazer todos os vizinhos ouvirem o que temos a dizer da glória de Deus. O segundo video é um segundo, que achei a acústica do coral melhor; mas todo, nem tanto, um melhor som, mas ficou faltando 'aquele espirito', muita mecânica, mas faltou vida, faltou poesia.


27 setembro 2011

If My People Will Pray - Solo Flauta e Piano

Um belo solo de uma bela música que minha amiga Silvana Poll fez na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Moema no dia 24 de setembro de 2011, com o acompanhamento de Ruth Costa no piano.




Recomendo também este abaixo, está bem melhor...

25 setembro 2011

OSSA - Toccata e Fuga em Ré Menor - J. B. Bach BWV 565

Ontem tive mais uma vez, o incrível privilégio de poder assistir, com uns 15 amigos se não errei na contagem,  o concerto da Orquestra Sinfônica de Santo André no Teatro Municipal de Santo André, com a regência de Carlos Moreno. O que tocaram? Bem, para começar uma transcrição absurdamente incrível da mais famosa de todas as fugas de Bach (se não da História), a famosa Toccata e Fuga em Ré Menor (BWV 565); já ouvi ela para órgão, tenho uma gravação que talvez futuramente publique que é absurdamente incrível, é um órgão do tipo que faz seus ossos saltarem da pele; já ouvi esta tocada por grupos de metais como o German Brass entre outros, fantásticos. Mas esta ontem da OSSA, caramba! A música ficou tão grandiosa quanto um imenso órgão habilmente tocado; deu para sentir na pele, aquela produção incrível desta música, uma mistura de um incrível PODER, TEMOR, GRANDIOSIDADE, de certo modo terrível, mas ao mesmo tempo cheio de beleza, suavidade, mas tudo isso gerado por um imenso impulso de muita energia e virtuosismo É como se estivessemos diante do trono e do próprio Deus, e toda clareza de nossa condição de criatura diante do Criador viesse a tona; é assombroso, mas ao mesmo tempo maravilhoso. Bach usa umas harmonias aqui, que parece distorncer o espaço, os elementos, parece que o próprio ar , os átomos em meio as notas e pedais longos entram numa agitação tão desordenada e incrível, é violento, parece que as rochas, a atmosfera irá rachar ao meio; é uma prova ao nosso coração permanecer inabalável, pois somos tomados por um pensamento de 'pequenez', "somos nada diante dEle"; é a glória fulminante de Deus. Bach! Bach! Bach! Simplesmente incrível. E nessa transcrição em especial, Zangheri, creio eu, que conseguiu intensificar e florescer ainda mais esses incríveis aspectos religiosos da filosofia cristã, numa concepção tão profunda que vemos ali a atmosfera das obras de Bach; tanto da imensa energia, articulações até mesmo violentas dos os Concertos de Brandemburgo n. 3 e 5, quanto a atmosfera profunda, divina e celeste da Air, quanto a beleza, suavidade da bela melodia de Jesus Alegria Dos Homens.


Creio que eu e todos que estiveram ali agradecem pela incrível e inspirada transcrição que Gláucio Adriano Zangheri fez. Parabens a ele, a Orquestra Sinfonica de Santo André, a toda a sua direção, e sobretudo, a Deus, que inspirou homens como Bach a compor, e todos estes mencionados a realizar este trabalho, e nos dar a oportunidade de contemplar e refletir sobre isso.


Infelizmente, a gravação deixa muito na qualidade, pois foi num pobre celular muito antigo, que grava em mono em 64 kbps, e certamente como o OMH ridículo. Acho que este trabalho, a OSSA deveria divulgar pois fizeram uma gravação profissional, com uma verdadeira qualidade acústica. Aliás, este concerto, e muitos outros trabalhos realizados, destaco o concerto para piano numero 1 de Franz Liszt, o 1º movimento da 9ª de Dvorak, o 1º da Sinfonia 6 de Bruckner, o 3º da 8ª de Bruckner, a Sinfonia 9 de Bruckner, que foram este ano, além de algumas no passado, como a Sagração da Primavera ano passado, a Sinfonia 1 e 4 de Bruckner que ficaram absurdamente incríveis! Mas se mesmo nessa gravação ficou 'assim' (ao meu ver está com um som muito bom), imagine ao vivo!!! A sonoridade, afinação dessa orquestra está cada vez melhor.


Boa apreciação!
Observação: Uma baqueta dos tímpanos até quebrou na execução, de tamanha a energia que foi.



Após "ISTO", a OSSA ainda apresentou a 3ª Sinfonia de Anton Bruckner, a dedicada a Richard Wagner. Uma obra também simplesmente incrível, grandiosa tão quão, mas ao modo Bruckneriano, que exigiu muito ar dos metaleiros, deixando-os bemmm vermelhos; todavia, o primeiro movimento não gostei muito, ficou um pouco cansativo as muitas repetições do tema principal, ficou um pouco a desejar aquele senso de 'continuidade' e de 'desenvolvimento' da música, as vezes sendo retrógrado, algumas passagens perdeu a beleza que ouvi em outras gravações, gosto muito, mas muito mesmo, de uma de Celibidache com a Filarmônica de Munique EMI. Todavia, gostei muito dos demais movimentos, sobretudo do último movimento. Além disso, foi incrível ver os tímpanos dobrando as notas, mesmo as muito rápidas, e perfeitamente sincronizado; mas claramente, é uma obra que deixou com gosto para se ouvir na acústica de um sação enorme de colunas e pedras de uma catedral. Bem, mas esta obra deixo para falar em outra ocasião.

Uma boa gravação realizada no concerto na Catedral da Igreja do Carmo em Santo André
(olha a sonoridade!!!)

Parte 1

Parte2


16 setembro 2011

Igor Stravinsky - Firebird (Pássaro de Fogo)

Fiquei devendo de postar no blog este post histórico, esta reliquia. De Igor Stravinsky, no pleno auge da sua virilidade (82 anos), conduz uma de suas obras mais marcantes, que alguns dizem ter sido um marco para o inicio do Jazz, a Suite Firebird. Uma obra que nos retoma muito do seu estilo bem peculiar qual podemos ver na maior assinatura a The Rite of Springs (A Sagração da Primavera), todavia, o tema desta obra é menos selvagem, agressivo e monstruoso, e aborda temas um tanto mais melancólicos. Tem passagens assustadoras que nos faz pensar num "sorriso demoniaco", todavia, consegue tranzer de forma incrível a ideia da alma morrendo, chegando ao fundo do poço, vagando n osombrio, na solidão, destruida, cansada, sem forças, mas que então ressurgi das cinzas como a Fenix, terminando com um grande ar de vitória, conquista, após o sacríficio. Claro, dentro da peça, tem toda uma história do "pássaro de fogo". Mas musicalmente, me trouxe muito essa idéia, mesmo antes de conhecer a história dessa música, do compositor, eu nem sabia distinguir uma música moderna de uma barroca, mas eu já ouvia Firebird como uma das minhas prediletas. E de certo modo, está música consegue transmitir muito bem essa ideia, de você entrar dentro de uma grande dança descontrolada, como que num furacão, tornado, ser rodopiado, ser feito meio que de "bobinho", "fantoche", jogado pra cá e pra lá, até então ser sugado, amaçado, esmigalhado, e jogado no fundo do poço, e como que ainda tonto começa a redobrar a consciencia, aos poucos, dando toque de uma grande lamentação; mas que depois, tem o ressurgimento, o renascimento, a vitória, o triunfo sobre esta tragédia. E o que dizer da regência do senhor de cabelos brancos, que consegue assinalar os braços levantados regendo por 30 minutos, e no final, consegue demonstrar muita energia e poder nos seus pequenos movimentos atrofiados pela idade, e um sorriso escondido, que deixaria qualquer poeta sem saber intrigado. Boa apreciação.


08 setembro 2011

Trumpetando Temas Melosos

Tocando o tema do filme Braveheart (Coração Valente) e Jurassik Park (Parque dos Dinossauros) e a música Asas da Alva num bocal fundo de flugelhorn; mais num momento que não chamaria de apenas diversão, passatempo ou algo do tipo, mas é um momento de inspiração. Depois um pouco do concerto para trompete do Hummel que comecei a estudar.


31 agosto 2011

Música para violino e piano

Temos aqui um pouco de Bach, Brahms, Ravel, Chausson e Waxman, nas mãos de Sergey Khachatryan. Tenho que dizer que é muito bonito, nada que me tire o folego como muita coisa que já para violino. Não gostei muito do timbre acho, um pouco 'metálico' para o meu gosto, me lembra um serrote, nas notas longas; e acho que faltou um pouco de inspiração nas dinâmicas, são feitas, mas sempre de modo 'súbito', fica parecendo que faz só porque está escrito na partitura. Músicas muito bem executadas, mas pouco inspiradas (frias) aos meus ouvidos, talvez coisas do próprio repertório por não conhecê-lo. Todavia, a do Bach (a 5ª) é bem bonita. Todavia, Bach é Bach, até uma criança com 1 ano de violino tocando "Jesus Alegria dos Homens" fica bonito. Mas fica aí uma sugestão para de um album de solo de violino. Mas a musica 5 e 6 valem bastante a pena (Bach e Ravel).


Fonte: PQP Bach

Download

28 agosto 2011

IASA - Central 27/08/11

Apresentação da IASA no culto na IASD Central Santo André no dia 27/8/2011.

Formação:
Violinos: Patrizia, Maria Eduarda e Maria Vitória
Flautas: Robert e Angélica
Sax alto: Hugo, Jeferson, Renato e Vitor
Sax tenor: Elcio
Trompetes: Evandro e Matheus
Trombone: Lucas e Elton
Tuba (bombardão): Elton
Piano: Renne

Arranjo: Elcio Pallone

Filmagem: Vários

Holy Highway


Vamos Subir


Breve Virá 2


Obs.: Desculpe pelos muitos erros no "Breve Virá" (até na filmagem).

21 agosto 2011

IASA - Teatro Municipal de Santo André

IASA - Instrumental Adventista de Santo André
Tocamos no Teatro Municipal de Santo André, como participante convidado do Congresso Regional de Desbravadores.

Formação:
Piano: Renne
Flautas: Angélica, Robert e Valéria
Violinos: Patrizia, Maria Eduarda e Maria Vitoria
Sax alto: Hugo, Renato e Victor
Sax tenor: Elcio
Trompetes: Evandro e Matheus
Trombone: Lucas
Tuba: Elton

Arranjo: Elcio

Gravação: Gisele

Breve Virá

Vamos Subir


Gravação da Patrizia

Breve Virá

Vamos Subir

12 agosto 2011

Influências de Anton Bruckner

[Veja integral do post clicando aqui]


Compositores e suas respectivas obras que valem a pena serem ouvidas:
Com links de gravações no Youtube

Gustav Mahler (1860 - 1911)
Em geral, o modelo de Mahler está muito carregado de Bruckner. Principais características brucknerianas:

  • os traços rústicos presentes em certos scherzos;
  • as longas melodias cantabile, aparentadas ao Gesangsperiode, o tratamento bruckneriano do segundo grupo temático;
  • a predileção por ritmos de marcha ásperos e obstinados (que em Mahler assumem frequentemente o tom de marcha fúnebre);
  • e as proporções avantajadas de suas estruturas sinfônicas.
Suas sinfonias, em geral, percebemos de forma clara uma grande exploração da sonoridade da sessão dos metais, de belas melodias nas cordas; e na religiosidade cristã tardia de Mahler (que era judeu); em sua 2ª e 8ª sinfonia, lembramos de uma grande obra coral + orquestra, com uma grande energia e com apelo de caráter religioso, que nos retoma um pouco a ideia de uma influência da Te Deum.

Hans Rott (1858-1884)

Franz Schmidt (1874 - 1939)
- Sinfonias, quatro ao todo (principalmente a 4ª)
- O Livro dos Sete Selos (inspirado no texto do livro de Apocalipse)

Richard Wetz (1875 - 1935)
- Sinfonias (em especial: primeira (1ª) e terceira (3ª))
- Requiem
- Oratório de Natal

Egon Joseph Wellesz (1885 - 1974)
- Sinfonia 1 (chamada por Paul Conway de "a Décima de Bruckner")

Krzystof Penderecki (1933 - )
- Sinfonia 2 do Natal (Stille Nacht (Noite Feliz) é um tema várias vezes citado)

Rautavaara (1928 - )
- 5ª Sinfonia em diante


09 agosto 2011

Royal Concertgebouw Orchestra Brass Quintet

Um excelente achado que encontro da minha favorita orquestra em termos de sonoridade e timbre, sobretudo da sessão dos metais. Aproveite e veja o que uma simples formação de quinteto consegue fazer; todavia, músicos simplesmente excelentes.


Bach Toccata and Fugue in D minor BWV 565


Crespo America Suite No.1


Beethoven "Pathetique"






Glinka Ruslan and Lyudmila


Koetsier Brass Quintet op.65

Gábor Tarkövi

Atual trompetista principal da Filarmonia de Berlim, com um conjunto imperdível de solos, demonstrando grande virtuosismo. Aliás, um pouco diferente do comum, com um trompete de rotor (alemão). Todavia há algo q não curto muito no timbre dele, talvez seja claro de mais, e acho q falta um pouco de espirito nas interpretações; nesse sentido, acho que prefiro mil vezes mais o Sergei. Você ouve todas as músicas, e a impressão que se tem é que sempre está ouvindo a mesma coisa (tirando o concert do Haydn).

Site oficial: www.tarkoevigabor.com

Arutunian Trumpet Concerto


Petrushka - Stravinsky


Hubay Hejer Kati Op. 32


Kreisler Liebesleid


Haydn Trumpet Concerto

06 agosto 2011

Adagio for Strings - Samuel Barber

Esta, sem sombras de dúvidas, é um dos mais famosos adagios. É está entre um dos mais cotados a se tratar de temas sobre a morte, o pessimismo, o lado sombrio da humanidade; acho uma música perfeita para retratar a brutalidade e a barbaridade do egoísmo humano, sobretudo, quando pensamos numa cena de guerra. É uma musica desconsoladora; ela diz isso por si. Se tratando de composição eu acho uma obra extremamente genial, sobretudo no ponto de vista de produção semantica; o efeito que consegue produzir, sobretudo com uma orquestração "simples" (apenas cordas). Todavia, não acho uma escolha de cordas tão casual, mas puramente proposital, pois o que promove o som das cordas é basicamente o som do "atrito" entre a crina e as cordas; que até certo tempo atrás era feito de fibra de intestino; e esse efeito, desse atrito, n osentido de "arranhar, subir pelas paredes, de profunda dor (lá nas suas estrenhas), é isto o que emana na música. Além disso, a forma das dinâmicas, como ela vai crescendo, intensificando... até que num certo tempo chega num ponto delirante, ficando apenas nos violinos, em fragelados tons agudos, que dilasseraram a alma, é um profundo desespero.

Ter conseguido fazer tal proesa é algo extremamente genial. É mais fácil quando pensamos em produzir grandes "climax" de euforia, bravura e alegria. Desses podemos encontrar em vários, como nos finais das sinfonias de Mahler, na 4ª de Tchaikovsky, 9ª de Debussy e Beethoven.... agora pensar em produzir um efeito oposto, produzir musicalmente um sentimento que poderia a comparar a dor de uma mãe que viu se filho morrer de forma brutal... usando apenas de cordas, com uma melodia 'tecnicamente simples', longo, penoso, mas ao mesmo tempo, não tediante, que te enche de tensão e prende até o ultimo minuto, quase te arrancando lágrimas. Para o qual não adianta apelar para fanfarrice, bombos, arpejos, ornamentações, tons coloridos, timbres coloridos, muitos instrumentos, volume, com quais é fácil fazer "uma grande festa". Por isso figo, é extremamente genial esta música. E dificil imaginar sendo feito com um outro grupo de instrumentos... talvez com trompas, flugelhorn, clarineta, trombones, tuba... todavia seria preciso ter um grande controle da embocadura para fazer uma constante vibrato mais para um tremulo bem controlado, tentando produzir efeito semelhante das cordas.

Disponibilizo essa excelente interpretação abaixo com a orquestra da  BCC, sob a batuta de Leonard Slatkin; e com umas imagens que falam por si.



Disponibilizo abaixo também um grande achado. Um arranjo dessa música para coral, com o tema "Agnus Dei". Esta expressão em latim muito comum nos "Requins", é uma expressão para representar Jesus Cristo, como o Cordeiro de Deus, Aquele que morreu, que foi trucidado/dilasserado por nossos pecados, da maneira mais cruel possível; mas que foi o meio pelo qual trouxe salvação. Pensando nisso, o tema desta música cai perfeitamente bem.


03 agosto 2011

A City Called Heaven

Conheci esta música acho que quando tinha 17 ou 18 anos, no segundo ano que entrei para o Pedra Coral na voz baixo. Lembro que veio um músico da USP nos dar aulas de canto coral, e uma das músicas que usamos como exercício foi está, que ficou marcada na minha mente, foi esta. Ela tem uma melodia muito penetrante, impactante, e ao mesmo tempo simples. E nas estrofes, enquanto há o solo, há uma pontuação bem marcada. E um coro bem intenso, expressivo, uma harmonia bem profunda quase sinistra. Encontrei, esta versão no youtube bem parecida com a que cantamos, exceto pelo final, qual terminávamos em unissono, com os homens uma oitava abaixo, fazendo um descrescendo desde o "my", mas acentuando "home" e então segurando a nota final, descrescendo até um ppp subitamente.

Procurei bastante a partitura original dela para coral e piano, mas apenas encontrei arranjos. Se alguem tiver, e se dispor a compartilhar, eu agradeceria.

27 julho 2011

Masterclass de Trompete com Prof. Carlos Sulpicio

Nos videos, um pouco do masterclass que realizei com o professor Carlos Sulpicio da Escola Minicipal de Música de São Paulo, com uma galera muito boa, onde tocamos um repertório para trompete. Creio, que especialmente para todo música, os comentários, críticas e observações que ele faz no segundo vídeo são muito edificantes. Sobretudo quando diz que um maestro não quer saber da sua técnica, se precisa respirar, se é agudo ou não, ele quer ouvir música, dinâmica, ritmo e tempo.


Anton Brucker, Deus e Sua Música

"O verdadeiro amor de Anton Bruckner era o seu "querido Deus". O homem capaz de interromper uma aula, no Conservatório de Viena, na hora do Ângelus, para se ajoelhar no meio da sala e rezar, tinha nesse Deus uma crença instintiva, sólida, enraizada no mais profundo de sua formação como ser humano. E é em sua música que se traduz a profundidade visionária de suas meditações - aqueles momentos em que estava em contato com o mundo da transcendência espiritual, cuja realidade nunca questionava. Desse mundo provinham a serenidade diante dos revezes e a força renovada que investia em sua arte criadora. Um místico numa era cada vez amis profana, Anton Bruckner tinha uma espiritualidade que era a mola mestra de sua arte.

(...)

... A força da música estava impregnada daquele poder místico que lhe dava a coragem de superar a depressão; e não é por outro motivo que a Quinta Sinfonia foi chamada de Glaubenssymphonie (a Sinfonia da Fé).

Comentário de Constantin Floros:

'Embora respeitasse muito a tradição e tirasse partido do conhecimento que lhe era fornecido pela "ciência musical", Bruckner alinhava-se com aqueles que acreditavam na importância primordial da expressão na música. Ele próprio escreveu a Franz Bayer, o diretor do coro em Steyr, que "o contraponto não é o fim em si, mas o meio para chegar a um determinado fim". Na teoria da literatura, estamos acostumados a diferenciar o autor "subjetivo" do "objetivo". Se transferirmos essas categorias para a História da Música, podemos caracterizar Bruckner como um compositor "subjetivo" que sempre criou a partir da necessidade profunda de se expressar. Ao contrário de muitos outros compositores, ele não se mantinha à distância de sua obra, mas identificava-se com ela. Portanto, cometemos uma injustiça em relação à sua música se a classificamos de "cósmica" ou se ignoramos ou banalizamos a quantidade de informação pessoal nela incorporada. Johann Wolfgang Goethe disse de sua própria obra que ela era "uma série de fragmentos de uma confissão mais ampla". Não seria exagero afirmar que isso também pode ser dito incondicionalmente da música de Anton Bruckner.'"

O Menestrel de Deus - Vida e Obra de Anton Bruckner, p. 177 e 180

22 julho 2011

Brass Quintet No.1, Op.5 (Ewald, Victor)

Para quem acha que é impossível fazer uma música de câmera para metais, olha este belo exemplo, com o pessoal da EMESP.

1º Movimento


2º Movimento


3º Movimento

11 julho 2011

Vários Adagios

Nem preciso dizer o quão essas músicas são belas. Não vou falar sobre cada uma. Mas especialmente o concerto para Oboe, é impressionante. Vejo algumas células de outras músicas... mas é profundo. Hoje ouvi uma amiga ensaiando o Lago do Cisne do tio Tchaikov, ai acho que me inspirou a pensar em adagios. Ou talvez seja uma overdose de músicas explosivas, muito coloridas, atacadas, impactantes, fogos de artificio, coisas bélicas, chocantes, que me faz lembrar de um filme de ação, sempre muita ação, força, energia, impacto. Talvez por causa do musical que estou ensaiando, das 10mil notas do trompete, 9mil e 500 são acentuadas e com tenuto... e agora busco algo mais relaxante, como o adagio do concerto para Clarineta de Mozart, que um dos temas me lembra muito uma música da igreja, mas não sei qual. O que dizer do adagio da 5ª de Mahler? Quase me faz lembrar estar sentado numa grande pedra, num mar de aguas calmas, esperando as horas passar e vendo o sol dançando no céu, até deitar-se no horizonte, mas continuo lá, e as estrelas tomam a conta de uma bela noite, junto a uma lua refletindo nas águas... porém, recheado de um certo sentimento de solidão; uma certa luta entre a angustia e o belo que parece fazer os violinos derramarem lágrimas; gostei muito desta interpretação do Abbado.








10 julho 2011

Mahler Sinfonia 10 - Adagio

Bem, está ai, um dos Adagios mais belos feitos, apesar de esse, predominante predominar o tema que me faz pensar na morte, apesar que em outros momentos, lembrar de brincadeiras infantis, coisas que me retoma a Sinfonia 1. Mas sempre trás um carater do tipo "tudo vão", "tudo passa", é de morte este adagio. Inclusive, classifico a sinfonia 10 de Mahler, com o rótulo de "Morte", assim, como a sinfonia 9 de Bruckner me faz lembrar de um velório, um de um belo jardim de cemitério. Todavia, prefiro muito mais os adágios de Bruckner - são únicos; sobretudo o da sinfonia 8; é uma obra divina. Bem, abaixo, uma interpretação de Bernstein com a Viena. Particularmente, não gostei, geralmente não gosto de movimentos lerdos ou mais espirituosos quando interpretado por ele. Acho que ele curte muito "o som", jogando muito com os "coloridos". Mas vale a pena. Bem, e teve um solo de trompa num trecho, que não sei se é o audio, mas eu não gostei nem um pouco, por mais que o cara deva ser um hyper mega músico, me pareceu o semi-profissional rachando o som de uma trompa de qualidade intermediária. Mas últimamente, estou muito cativado por adagios e obras mais profundas, espirituosas e reflexivas. John Willians não me atrai mais.


08 julho 2011

Um Requiem Alemão - Brahms

Este é um extraordinário e belissimo Requiem, uma obra sacra que extremamente bela, totalmente diferente dos requiem de Verdi, Bruckner, Mozart... Vale muito a pena ouvir, mas muito mesmo. Fiquei um bom tempo sem postar, por não ter nada que me impressionasse muito que me fizesse pensar: "Este vale a pena". Até que me deparei com este. Depois comento melhor a obra.

Podem baixar. E podem agradecer depois (sugiro q agradeça a Deus).

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31 maio 2011

Jean Sibelius c/ Mravinsky - THE BEST!!! - IMPERDIVEL!!!

Sibelius é assim. Recorde-se das belos coros de Bach, acrescente aquele teor de longas sonoridades do Romantismo, alguns recursos do modernismo, harmonias que nos lembra o mais belo de Bruckner, com melodias tão belas (ao meu ver MUITO MAIS) que podemos encontrar em Dvorak. Além disso uma grande beleza bucólica, com uma atmosfera fria mas limpa, como o virgem vento que vem das geleiras. Feche os olhos, e parece que se tem uma imagem de longas planicies e grandes montanhas e rochedos, e as mais belas paisagens da Finlandia. E ao mesmo tempo, tudo isso, com algum tipo de espiritualidade que parece emanar da música.

Esta interpretação do Mravinsky é a melhor de todos que ouvi. E tipo, de longe! O solo do trombone é magnifico, pois se mesclou a algum tipo de vento nórdico como se surgisse como uma aurora boreal. Tal solo é implacavel de todas as que eu já ouvi, aliás, a de Bernstein eu não gostei, parecia que estava tocando Tchaikovsky ou Mahler.

Bem, não morram, não durmam, não respirem sem antes de ouvir isso!!! Perfeito para uma bela noite sozinho, fria e silenciosa.

É imperdivel!!!!

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27 maio 2011

Adagio in G - Albinoni

Eu simplesmente desconhecia o compositor e a música. Sem querer, por acaso ou não, encontrei esta música, muito bela. A primeira impressão pode ser algo funebre. Mas se for obervar bem, na verdade é muito linda, é um belo pôr-do-sol frio, de primavera ou outono, melancólico, mas belo como folhas de outono ao léu do vento a soprar lento, suave, delicadamente, para longe, enquanto raiam os últimos filhetes de sol atrás das montanhas, e a escuridão vem chegando num crepusculo sombrio. E aquele melancolismo, que procura chegar no fundo e rasgar o coração, é lagrimoso, devastador, e ao mesmo tempo libertador.

Bélissimo... por fim, até a próxima manhã. Como diria Aragorn, "a esperança sempre vem com a manhã".


24 maio 2011

Johnson County Landmark - Jazz

Compartilho um excelente jazz moderno que pude ver no Teatro da Vila do grupo Johnson County Landmark, da Universidade de Iowa nos Estados Unidos.

Nipe: 4 trompetes, 4 trombones (1 baixo), 5 sax (1 tenor, 3 altos e 1 baritono), teclado, baixo elétrico, guitarra e bateria.

Direção de John Rapson.

















22 maio 2011

Trompete e Surdinas

Existem uma grande variedade de surdinas e marcas, quais os trompetistas (e outros nipes) utilizam para mudar o som, fazer efeitos sonoros, ou simplesmente abafar. Quanto a isso, disponibilizo uma lista de surdinas e marcas elaborada pelo Fernando Dissenha, trompetista da OSESP.

Straight
MB em fibra de vidro e alumínio (MB são as iniciais do fabricante Marcus Bonna)
Tom Crown em alumínio
Denis Wick em alumínio
Leblanc Allessi Vachiano em alumínio com espuma – para passagens suaves
TrumCor Lyric para passagens suaves
Íon Balu para passagens suaves

Cup
TrumCor
Humes & Berg
MB

Harmon
Jo-Ral – cobre e alumínio

Piccolo
Tom Crown – straight, harmon e cup
MB – straight em fibra de vidro

14 maio 2011

Um Milagre Senhor

Instrumental da Igreja Central de Santo André tocando a música "Um Milagre Senhor", canção que ficou muito famosa pelo grupo vocal "Prisma", da Igreja Adventista de Santo André.

Participantes:

Violinos: Maria Eduarda, Vitóia e Patrizia
Flautas: Angélica e Robert
Sax alto: Hugo, Jeferson, Denis e Victor
Sax soprano: Elcio
Trombones: Elton e Lucas
Trompa: Fernando
Trompetes: Evandro e Matheus
Piano: Renne
Violão: Rafael
Baixo: Alexandre

Solista: Bárbara
Arranjo: Elcio Pallone


Video do ensaio


Pra valer (no culto)
Opção 1


Opção 2


OPção 3

11 maio 2011

Hope Brass - Pq. da Juventude, SBC

Dia 7/5/2011 tocamos no Pq. da Juventude em São Bernardo do Campo, no Projeto Vida por Vidas, uma campanha para doação de sangue e medula óssea.

Trompetes: Marcio, Canada e Evandro
Sax: Magal e Elcio
Trombone: Lucas e Elton
Tuba: Elton

Breve Jesus Voltará

arranjo: Elcio Pallone

Carol of Bells

Arranjo: Paulo Penegacci

Um Milagre Senhor

arranjo: Elcio Pallone

Lindo És Meu Mestre

Arranjo: Paulo Penegacci

Holy! Holy! Holy!

Arranjo: Paulo Penegacci

O Haupt voll Blut und Wunem - Bach

Arranjo: Paulo Penegacci

04 maio 2011

2ª Sinfonia de Mahler

Depois de um pouco de trabalho, fiz uma tradução, claro, longe de uma tradução profissional que preserva bem a poesia etc. Mas foi o melhor que pude fazer. O original pode ser visto no Wikipedia.


Letra da 2ª Sinfonia de Mahler
(tradução com ajuda do Google)

Oh vermelha rosa!
O homem encontra-se em maior necessidade!
O homem encontra-se em maior dor!
Como eu preferiria estar no Céu.
Não vim por um caminho largo
quando veio um anjo pequeno e queria me afastar.
Ah não! Eu não iria me deixar ser afastado!
Eu sou de Deus e devo voltar para Deus!
Oh Deus de amor, me conceda um pouco de luz,
qual será minha luz na bem-aventurada  vida eterna!

Ressuscitar, sim, subir novamente,
Será você, Meu Pó,
após um breve descanso!
Imortal vida! Vida imortal
Para que aquele que vos chamou, dar-lhe.
Para florescer novamente foste você plantado!
O Senhor da colheita vai
e reúne, como roldanas,
juntos, aqueles que morreram.
Oh acreditar, no meu coração, ó acreditar:
Nada que você tenha feito está perdido!
Tua é, sim, o seu, é o que você deseja
atenciosamente, o que você tem amado
O que você tem lutado para!
Acreditar,
Você não nasceu para nada!
Não por nada, viveu, sofreu!
O que foi criado
deve perecer,
o que perece, subir novamente!
Deixe passar, tremer!
Prepare-se para viver!
Ó dor, você quer permeia todas as coisas,
de você, terei sido arrancada!
Ó Morte, Você masterer de todas as coisas,
Agora, você conquistou!
Com as asas que eu ganhei para mim,
no amor é feroz a luta,
vou subir para cima
para a luz que os olhos não penetrou!
As asas que ganhei são extensas,
e voarei para cima.
Morrer terei para viver.
Ressuscitar, sim, subir novamente,
Irá, meu coração, em um instante!
É para isso que você sofreu,
Para Deus levar você!




Aproveite e não deixe de ver esse incrivel Finale, em alta quaidade com o Abbado, e com legenda.

A Celestial 4ª Sinfonia de Anton Bruckner - Grandes Finales

Eu estava decidido a dormir. Resfriado, já 00h30, e teria que trabalhar cedo. Então, 'sem querer' (será) me deparo com um uma sugestão de video no youtube, mais uma da 4ª de Bruckner. Bem, fui lá, e fiquei espantando, com uma absurda incrível maravilhosa versão do Celibidache, qual gostei muito mais do grande finale, ao meu ver, superou a minha quase idolatrada versão de Haitink com os holandeses. E então, abaixo, várias interpretações apenas dos grandes finais. Desta super obra, que penetra na nossa alma de forma única. A minha favorita música. A primeira é a imperdível.

Celibidache com a Munich Philharmonic, tocando no St. Florian's Monastery in Linz, Austria.
Especial: Com pinturas do artista Caspar David Friedrich.


Guenter Wand, com a NDR - Sinfonieorchester


Jochum (me parece, bem ao estilo dele - não tem informação)

Thielemann, com a Fila de Munique

Furtwängler com a Fila de Viena em 1951

Infelizmente haviam outras... mas sumiram do youtube, como do Karajan, Haitink, entre outros...

30 abril 2011

8ª Sinfonia de Anton Bruckner - Mais inspiração

Desculpe por postar um outro vídeo desta sinfonia. Mas este é bem diferente. É apenas alguns trechos, e destacando em especial a comoção do regente.

18 abril 2011

8ª Sinfonia de Anton Bruckner - IMPLACÁVEL

Nesta longa jornada por uma busca cada vez mais extraordinária dos intérpretes da 8ª de Bruckner, talvez a mais extraordinária sinfonia e obra de todos os tempos. Já passei por muitas versões, algumas como a de Karajan e Haitink citadas aqui. Para a minha surpresa, me deparei uma no blog PQPBach. O cara falou tão bem sobre tal, que eu desconfiei. Alias, fiquei pensando ainda: "Que qualidade sonora pode ter uma gravação de 1963?" Baixei com grande receio. Aí, já era tarde, e ouvi só o 4º movimento para ver se era realmente bom... pois normalmente, é fácil ver interpretações horríveis do 4º; como uma da renomeada Orquestra de Chicago que odiei, que usam um som jazziaco na sessão dos metais. Bem, e para a minha surpresa, foi uma experiência totalmente nova, surreal! A qualidade do som está incrivelmente boa. E a interpretação de Knappertbusch com a Orquestra de Munique, simplesmente praticamente criou uma nova sinfonia. É praticamente outra música. Nem consigo ousar a comparar com as outras interpretações tão boas. Está é simplesmente única. Tão única que se tornou uma nova música ao meu ver. E diferente de Carlos Moreno com a OSSA, que mês passado os vi ao vivo tocar, que fez uma interpretação bélica e campanal do 4º; este é uma busca tremendamente profunda, profunda e mais profunda, alargando o movimento para explorar ainda mais, de modo que a música talha ainda mais as profundezas do nosso coração; e de modo que urge um grande e poderoso drama; e algumas coisas brutalmente romanticas, em pausas e explosões que nem mesmo Karajan produziu.

Porém, após ouvir inteira, e com mais atenção. Sinceramente, acho que vale a pena apenas por causa do 4º movimento. O 1º e 2º ficaram muito ruins ao meu ver, nem deu para entender os temas. O 3º movimento é belo por si, mas não ficou muito espirituoso. Deixa muito a desejar, os temas novamente ficaram opacos, mas as trompas foram incriveis; porem ficou uma narrativa um pouco enfadonho, não se desenvolve muito bem. Mas o 4º movimento, realmente, vale a pena, neste capricharam!

Separei o ultimo trecho, o final do movimento aqui. E ainda me pergunto? Como os trompetes conseguiram fazer aquela explosão atomica, tão abruta e poderosa que parecia rachar o ar, o espaço, o tempo... um verdadeiro turbilhão!!! Haja técnica, embocadura.



Por fim, coloco o comentário do Blog PQPBach, como minhas palavras para não prolongar esse discurso:

"Este é um CD implacável. Sério. Estou ouvindo a sua música atordoante desde às 8 e meia da manhã. Em meio ao pandemônio da preparação de provas, planejamento semanal, correção de exercícios. Desde o dia de ontem, encontro-me nesse torvelinho. Meu final de semana está sendo terrível. Segunda recomeçará a roda-viva. O que me consola é a música poderosa de Bruckner. Entre as sinfonias do compositor, a sua número 8 me bota um sorriso bobo de espanto e contemplação. Como alguém como Bruckner conseguiu fazer algo assim? Mas, com certeza, tal aspecto apenas engrandece a fineza e a sensibilidade que lhe habitava o interior. A peça é uma viagem filósofica e religiosa. Um evento cartático, com transfiguração e redenção. As sinfonias de Bruckner, a partir da Terceira, constituem eventos notáveis, de perfeição exagerada, beirando o impossível. Esta versão com Hans Knappertbusch, gravada em 1963, é algo que impressiona e se estabelece como uma das melhores versões que já ouvi. Aparece ainda no post, Richard Wagner. Sei. É um post que causa uma impressão fundante. Saiam da frente que a música é grande, enorme, capaz de silenciar os homens e embalar o universo. Um bom deleite!" - Carlinus



Münchner Philharmoniker
Hans Knappertbusch, regente

10 abril 2011

8ª Sinfonia de Anton Bruckner - Haitink

Acabei de ter um domingo MUITO musical. A fanfarra de manhã, ouvindo e preparando umas musicas a tarde enquanto fazia uns estudos e analises. Depois ensaio de um musical na igreja, entre outros. E cheguei em casa, e sem querer me deparo com um link de algo que eu estava procurando há um tempinho já: a 8ª de Bruckner com Haitink e a Royal Concertgebouw Orchestra. Vou ser simples, eu acho o Haitink o melhor regente da atualidade e dos últimos tempos, e a ele com a Royal é uma perfeita sintonia; sinceramente, prefiro 100x mais a Royal que a Fila de Berlim (apesar da fama), e em segundo lugar a Sinfonica de Viena.

Antes de mais nada, achei um texto, sem querer na net, de uma entrevista com Haitink, e ele tem esse comentário: 


"Sentado no café de um hotel no centro de Salzburg, com vista para o Rio Salzach, Bernard Haitink sorri com a lembrança. "Estive aqui pela primeira vez em 1947, tinha acabado de completar 18 anos. Estava animado para ver de perto um maestro de quem se falava muito, Wilhelm Furtwängler. Eu o vi regendo Fidelio, outras óperas, e... nada. Não provocou impressão nenhuma em mim. Até que durante um concerto, a 8.ª Sinfonia de Bruckner, algo aconteceu e uma eletricidade tomou conta do teatro de maneira muito forte. A apresentação era de manhã e lembro que passei toda a tarde caminhando na margem desse rio, tentando entender o que eu acabara de testemunhar. É algo de que não me esqueço até hoje."


Coincidencia? Acredite, eu esculto muito, mas muito Bruckner. A alma fica com uma fome. É sempre mais profunda. É uma obra incrivel. Talvez como Haitink disse na entrevista, é um milagre. Parece que essa composição de Bruckner cheira a milagre. O que vem muito bem, visto que ele era extremamente religioso. A pouco tempo postei uma versão do Karajan. Há muita diferença entre os dois. Karajan, explora muito o romantismo de amplificar as emoções. E a maioria dos atuais regentes, tentam uma busca louca de sempre querer produzir algo mais intenso, volumoso do que da última vez. Haitink não, ele desenvolve com paciencia, é como se não tentasse forçar a música, mas tenta alcançar e produzir o sumo dela, e bem equilibrado todos os aspectos. É por isso, que sempre que ouço Haitink com a orquestra holandesa, sempre tenho a impressão de perfeição. É tudo muito perfeito! Todos os nipes, todos os instrumentos soam perfeito, um solo. Admiro muito seus musicos, para conseguir produzir tal trabalho. Na entrevista Haitink disse que uma gravadora propos dele gravar as 10 sinfonias de Mahler. E ele disse, que levaria 1 ano para preparar cada uma das sinfonias, e que apenas depois, (10 anos) então faria a gravação. Que orquestra, que grupo musical, vemos hoje ficarem 10 anos estudando umas musicas para então "tocar pra valer" com mérito de gravação? Está ai a virtude de Haitink.

A versão de Karajan, eu diria ser mais intensa, no sentido, que, "se quer sentir emoções mais intensas, é ele." Fora a acustica da catedral ser mais adequada, que deu grande efeito. Já, Haitink, é perfeito. Não é tão intenso, mas você fica mais impressionado com a música em si, com a energia que emana dela. É uma daquelas coisas que produz um efeito mais duradouro. Além disso, tem uma qualidade sonora, de um som mais escuro, profundo, teutonico, realmente surpreendente!

Infelizmente, não há todos os videos no youtube. Mas ainda assim, é IMPERDÍVEL!

1º Movimento




2º Movimento




3º Movimento






4º Movimento