21 dezembro 2009

Requiem - Verdi - Dies irae & Tuba mirum

Sei que é natal, mas sinceramente poucas musicas natalinas ouvi e tenho tocado esses dias; e tenho-me voltado mais para corais sacros; algumas cantatas de Bach, e também o Requiem de Verdi.

E sinceramente, eu fiquei me foquei muito na de Verdi. Eu tenho um CD dele, mas nunca achei nada de extraordinário seu Requiem, apesar de ser famoso, muitos idolatrar esse Requiem; pois a interpretação e gravação que eu tinha, estava totalmente infeliz, se tornou uma obra opaca e sem vida, sem entusiasmo, sem penetração.

Até que surfando na Net me deparo com um video extraordinário gravado pela TV Cultura (a qualidade sonora deixa a desejar, mas "tem legenda da tradução do que cantam!!!!"); bem, eles gravaram a OSESP, o video apenas mostra a segunda e terceira música:
- Dies irae
- Tuba mirum

A "Dies irae" ela fala por si, ela tenta reproduzir toda seriedade, obscuridade, algo TREMENDO, que será o "Dia da Ira" (sim, o Dia do Juizo biblico...). A forma como já entra aqueles ataques fortes, BUM, BUM,BUM, e o coralzão com tudo; segurando aquele "irae" por vários tempos, numa harmonia e vibração (repare nos metais fazendo aqueles trinados), tornando a coisa extremamente sinistra, arrepiante. E ai, entra mais firme e grosso ainda; com a forte presença do timpano. E depois aquele sonelidade majestosa e anuncio extraordinário feito pelos metais no "Tuba mirum", no qual entram vários trompetes fora do palco, na sala São Paulo, preenchendo todo o local com um som penetrante.

É uma obra realmente fantástica!!! Para melhorar ainda mais, encontrei no PQP Bach um versão simplesmente extraordinária do Gardiner; onde ele explora toda a sonoridade da música, quase levando ao exagero a brutalidade sonora da música, o que ao meu ver, não ficou muito interessante é que o coral ficou meio opaco diante dos metais, era necessário mais peso no coral. E numa gravação, no qual a qualidade sonora saiu perfeita.

Aliás, é muito interessante comparar essas duas versões; melhor, duas interpretações. Dà para ver que nas duas houve pontos fortes, e outros que o outro ficou melhor. Como o comentário do PQP Bach no seu blog, o triste dessa obra, é que tráz uma certa raiva, pois nunca você vê uma interpretação perfeita, sempre você vê algo faltando, ora são os metais, ora os tenores, ora os baixos, ora os sopranos, ora os contraltos e por ai vai.



Versões de Gardiner (mp3):
- Dies iraes
- Tuba mirum

Versão do Karajan (Filaharmonica de Berlim):



Versão de Zubim Meta:


Versão de Toscanini:


Abbado


Bem, aproveitem bem. Há várias outras interpretações dessa música. No Youtube mesmo você encontra um leque enorme.

Interessante desse Requiem, é que esses dias ouvi alguns comentários ignorantes de quem acha que música antiga eram todas "funebres", "sonolentas", "desanimo", que não empolgam ou coisas do tipo. Claro, na verdade desconhecem tais. E certamente, o que ouviram, foi mal tocado e interpretado. Pois olhe bem para esse Requiem, escrito em torno de 130 anos atrás; me aponte uma música atual, que xegue a tal nivel de energia, e ao mesmo tempo drama, ação, até mesmo certo terror? - Certamente, nada vem a mente! Ainda mais se formos pensar em coral. Não tive a oportunidade - ainda - de ouvir ao vivo, mas acho que é as pessoas devem se segurar na poltrona, se encolher expremindo contra o encosto, arregalando os olhos de certo espanto até.

É uma obra dificil de se classificar como sacra; ela tem muito mais um carater de sedução de ópera e toda aquela energia e movimento italiano, do que algo realmente que transmite uma idéia mais sagrada e solene - apesar da letra. Contudo, há músicas que realmente são nitidamente sacras, como a introdução; de modo que fica dificil classificar. Mas eu diria que numa visão geral é sacra.

2 comentários:

jm disse...

Tem uma versão com o maestro Claudio Abbado, muito boa, com a filarmônica de Berlin, vale a pena conferir..http://www.youtube.com/watch?v=B_nhoZu2cp8

E. C. O. Schulz disse...

Obrigado pela sugestão JM... acrescentei o video.