20 dezembro 2013

Manutenção, Limpeza e Restauração de Trompete

Muitas vezes não é necessário desprender um alto custo com luthier ou oficinas tecnicas para fazer coisas simples no seu instrumento musical, como o trompete. Neste trompete de rotor, um renomeado Luthier me cobrou absurdos R$ 3.500,00 para fazer uma limpeza, tirar toda oxidação e dar um banho novo de verniz... e acertar os rotores.

Convenhamos que 3,5mil reais é um preço razoavel para um trompete. Por esse preço dá para comprar um excelente trompete usado e importar um super bacana. Bem, nunca havia limpado um de rotor, mas me aventurei a dar uma geral nele. E compartilho os resultados.

Antes da Limpeza




Antes de limpar o trompete estava com o verniz muito oxidado, escurecido, com vários pontos de intensa ferrugem... toda parte em prata e cromo bem escurecido, os rotores nao muito ageis, dentro das voltas muita oxidação, bolores, e um cheiro extremamente fédido (cheiro de óleo estrago com ferrugem e outros).

Limpeza

Primeiro dei um banho nele com água e um produto especial para lavar carro, para tirar a sugeira grossa, mas esteticamente pouco adiantou, e quase nada do cheiro e bolor saiu.
Então passei a usar os produtos mais fortes. Desmontei todo ele, apenas precisei usar um kit de chaves precisas, a primeira vez demorei um pouco mas tirei todos os rotores e tals.

Usei estopa de limpeza para esfregar e passar o produto no trompete (Silver). Silver é um produto bem forte, toxico, eu não usei luva mas recomendo usar luvas, isso estraga a pele e agride a saúde, recomendo fazer em local bem ventilado.

Comecei a passar o produto e logo a diferença, de um tom forte, escuricido entre uma cor dourada e de ferrugem, ia passando e a ferrugem toda ia saindo instantaneamente. E assim foi um longo processo, de aproximadamente 10 horas, divididos em 3 dias, limpando apenas com Silver todo instrumento e cada peça, e passando nas partes internas das cortiças entre outros.

Depois de limpar bem com Silver. Passei um Polidor de Metais com Aditivo de Impermeabilidade (num outro trompete usei com aditivo de silicone e achei que ficou melhor). O polidor é bom porque não só tem o efeito da polida, mas ele também remove todo o resto do Silvo. Pois é um produto muito forte e não sai com uma simples lavada com água e sabão, e respirá-lo agride a saúde.

Para polir, usei um pano de polir de microfibra liso grosso. Dá um bom trabalho. Esse processo levei em torno de 4 horas. O mais dificil são os detalhes, as pequenas dobras e pontos onde "os dedos não chegam".

Para limpar a parte interna, para remover o excesso da ferrugem e oxidação, usei o Silvo. E depois para uma limpeza mais de higienização. Sei água fria e morna, detergente, e muitas e muitas e muitas esfregadas com os esfregões para cortiças e o snake (uma passador de fio com esfregões nas pontas). Para limpar os rotores usei esponja de louça mesmo.

(Se não tiver Silver / Silvo / Bombril Lava Louças, pode usar Pasta de Brilho, ou Pasta de Limpa Louça, porém, o efeito é menor, precisa de mais abrasividade, recomendo usar bombril, mas esfregar com muita suavidade para não riscar)

Após a lavagem. Seguei com secador de cabelo na potencia maxima, de inicio no quente, apenas para evaporar o excedente da agua e depois no frio para secar o resto (Demorou uns 25min). E após secar tudo, vale uma boa esfrega num pano de limpeza em microfibra. Para dar um toque especial de higienização, limpei a parte interna com um alcool de limpeza da Bach.

Ora de lubrificar e colocar as coisas no lugar. No trompete de pistos tive uma excelente experiencia com o oleo para pistos Blue Joice (que é verde), pinguei uma gota nele espalhando aos arredores dos cilindros dos rotores e pontos que ficam mexendo mais. E fiz o acabamento com o oleo para rotores da Giardinelli para os rotores, em todos os pontos de contatos que tem atrito, e o resultado foi excelente. Já nas cortiças, usei a graxa da yamaha, com uma gota de Blue Joice.







Resultado
No final das contas, o trompete ficou como novo. Todos se impressionaram. Os rotores ficaram perfeitos.
Todavia, 4 dias depois já dá para notar que alguns pontos do verniz ele está querendo escurecer/oxidar. Talvez isso seja resultado do verniz estar muito desgastado e do pet ter uma longa história e não ter sido muito bem cuidado na higiene neste tempo (trompete de 1981-83). Porém, já fiz o mesmo procedimento com outros que ficaram simplesmente excelentes e o verniz não quis mais escurecer, antes ficou como novo; mas não estavam tão oxidado quanto este. Porém, foi uma melhoria incrível. Para tocar, percebe que ficou com o som saindo mais claramente (antes tinha muita sujeira no caminho).

As peças estavam em excelente estado, não foi necessário trocar nada. Os rotores ficaram simplesmente perfeitos. A polida tirou todos os poucos riscos que haviam. E o cheiro fédido saiu totalmente.

Material gasto e custos:
- 1 saco de estopa - R$ 4,00
- 1/2 frasco de Silver - R$ 16,00 (frasco)
- quase nada de massa de polir - R$ 20,00 (unidade)
- 1/5 de frasco de detergente - R$ 5,00 (unidade)
- Esfregões e Snake - R$ 30,00 (novos)
- 2 panos de limpeza em microfibra - R$ 5,00 (novos)
- 25min de secador de cabelo - R$ 2,00 (valor simbólico)
- 20L de água encanada - R$ 2,00 (valor simbólico)
- Kit de Chaves Precisas - R$ 30,00 (novos)
- Oleo para rotores Giardinelli - U$ 6,00 (novo)
- Oleo para pistos Blue Joice - U$ 4,00 (novo)
- Graxa para Trompete Yamaha - U$ 4,00 (novo)

Tempo de trabalho: quase 20 hrs (4 dias)


Observação: todo o material usado, em geral o uso é minimo, esse pequeno kit usado a acima dá para usá-lo por muitos anos. Eu particularmente faço 2 limpezas por ano, procuro fazer a cada 6 meses. Boa parte deste Kit tenho a mais de 3 anos. É um custo muito pequeno comparado aos R$ 3.500,00 que me foram cobrados, crendo que de diferente apenas estaria com verniz novo, e fora que deram o prazo de 3 meses para concluir o trabalho. E fiz tudo isso, em minha casa, em menos de 1 semana, com um gasto minimo. O mais custoso é o trabalho fisico, é cansativo, demora muito, dá dor nos dedos e mãos, e a pele fica muito ressecada. A Mão-de-Obra é fator que mais pesa neste caso.

14 dezembro 2013

Orquestra Sinfonica Adventista de Brasília

Felizmente, nos últimos anos é possível ver uma grande quantidade de músicos sérios, empenhados em fazer uma música de qualidade em muitas igrejas... que em geral, foram imundadas pela música popular nas últimas décadas.

Vejam esta grande apresentação de mais uma orquestra que se nasce, e já demonstrando grandes virtuoses e qualidades.. mesmo quando um caminho ainda longo a percorrer.

08 outubro 2013

WONDERFUL Antonie Courtois Trumpet

Compartilho com vocês uma das mais extraordinárias jóis da manufatura da História dos trompetes, feita pela renomeada Antonie Courtois. Fabricante Frances que patrocina grandes músicos, como o solista Sergei Nakariakov. É certamente, um dos melhores e mais expressivos trompetistas da História, além dos trompetes e flugelhorns "Cortuá" (como se costume dizer por aqui) são uma das mais cobiçadas maquinas por todos trompetistas do mundo; sobretudo pela sua qualidade do metal, pelo rico e expressivo som francês (como a fabricante Selmer) e a maquinaria impecável; Qual não se tem conhecimento de trompetes antigos - produzidos por tal - que perderam sua qualidade com o tempo.

A Maquina que tenho para apresentá-lo é uma das mais incríveis produções feitas pela Antonie Courtois, e que passou por muitas melhorias pela Selmer Paris. Certamente, um dos melhores trompetes (talvez instrumento) feito pela Antonie Courtois de todos os tempos. Uma verdadeira relíquia, para grandes players, até mesmo colecionadores.

Wonderful Antonie Courtois Roger DELMOTTE
Grand Siecle Model - 1972
A Venda

O Link filmando o instrumento: http://www.youtube.com/watch?v=wWxHf1abKfQ

Vídeo exibindo algumas características do instrumento, em especial sua sonoridade:
[a fazer]

Características:
1. Leadpipe Largo;
2. Mecanismo de direção de ar direto (como no Flugelhorn), passando pelos 3 pistos sem sofrer interrupção;
3.  Os 3 pistos são perfeitamente similar e alinhados, podendo usar um no lugar do outro. Mas há uma numeração de fábrica, que não preciso explicar o porquê é melhor seguir;
4. Diâmetro do tubo da campana é maior que o comum;
5. Sistema mecânico de acionar a válvula 1 e 3 através de gatilho, muito mais confortável, evitando de perder a pegada e o equilíbrio da segurada do instrumento, ou fazê-lo tremer indevidamente ao acionar a válvula de correção de afinação;
6. Instrumentos com muitos detalhes bem trabalhados, com as peças feitas artisticamente, com detalhes nunca visto antes;
7. Todos esses ajustes do instrumento o faz ter uma reposta extremamente rápida quando o tocamos;
8. A primeira sensação ao pegá-lo para tocar, é que se tem total controle de entonação, volume, expressividade e dinâmicas;
9. Instrumento ótimo e muito flexível na região aguda (ele tem um grande, gigante som, muito lirico e cheio na região aguda). E o mais surpreende, ele dá a sensação de ser macio em tal região, é leve a facilidade de articular as notas nesta região;
10. O som do instrumento é bem focado, escuro, com um timbre muito rico e lirico (ao se tocar o bocal, você sente o metal vibrar);
11. Metal diferenciado, não sei qual é a ainda, mas é uma liga bem mais forte, não é gold-brass nem yellow-brass (latão), suspeito que seja uma liga de prata ou mesmo de titânio; o timbre da campana é bem duro. Tem uma projeção riqueza de som simplesmente fantástico e diferente; além de ser um som muito bem amaciado (tocado desde 1972);
12. Válvulas com perfeita compressão - sem vazamento de ar;
13. Pistos da Antonie Courtois com seu sistema de molas largas externas, que aumentam para uma experiencia unica de se digitar, com precisão, muita velocidade, sem engasgos e extrema leveza;
14. O bore largo (0,468 inch / 11,90 mm)  produz um som grande, profundo e cheio; Te dá a sensação de som robusto e ao mesmo tempo, total controle;
15. Por ser de 1972, oriundo de trompetistas profissionais que o cuidaram extremamente bem, ele tem um rico tom, conhecido por "Wonderful Sound" em inglês (normalmente, grandes trompetistas de orquestras, preferem esses instrumentos antigos e bem conservados por ter este som rico... que alguns também chamam de "bem amaciado");
16. Foi usado por Louis Armstrong (antigo mestre do Jazz);
17. Verniz de prata incrivelmente bem preservado e brilhoso, para um instrumento tão usado, de 1972, dá a impressão de ter poucos anos de uso;
18. Peso: pesado.
19. Bell / Campana: 4,805 inch / 12,20 cm


A experiência de tocar ele
Primeiramente, este trompete foi criado pelo trompetista Roger Delmotte, um dos melhores trompetistas da década de 70, que na época era solista da Orquestra de Ópera de Paris (Paris Opera Orchestra) .
Ao tocá-lo, logo de cara você fica impressionado de como o seu som é focado, tem uma rápida resposta, você assopra e o som está logo ali, é impressionante, é simplesmente diferente. Algumas notas, como as que usam as combinações de pistos 12, 23, 1, entre outros, você sente que há um espaço mais curto entre elas; que facilita muito na afinação, flexibilidade, legatos e glissanos.
Ele sai um grande som. É muito fácil controlar a coluna de ar. O que mais impressiona é que tocar nele com um bocal menor, como um 3C ainda o faz ter um som extremamente rico, tão rico, que é desde ótimo para um concerto sinfônico, quanto para um solo de jazz bem popular mas preservando um som recheado.
Acredito que esse instrumento foi confeccionado pensando principalmente em oferecer uma bela experiencia para se executar em um entusiasmado concerto, com um som único. A região grave dele, com um bocal grande, lembra um trombone. Ele oferece uma excelente resistência. Lembra muito a resistência oferecida por um Bach 37 ML e light, ou um flugelhorn, ao mesmo tempo, te dá a experiencia de se tocar um Yamaha Xeno em termos de ter 'aquela pegada' e 'aquele som', é um som que pega muito a característica do bocal, o melhor setup em quesito brilho considero com o Bach 3C, se usar um bocal muito grande como o 1C ele fica um som muito robusto, porém talvez um pouco seco nos agudos. Outra peculiaridade é que não tem um som muito meloso é mais claro; porém, se usar um bocal mais fundo em V, como de linhas antigas, ou um taça de flugelhorn, ele faz um belo som meloso e espirituoso, gosto dessa combinação para fazer um solo especifico de um tema do 2º movimento da 9ª Sinfonia de Dvorak.
Os gatilhos de acionamento das pompas são fantásticos, de inicio demorei um pouco para acostumar com o 3. Depois que acostumei é tipo: tão simples, tão fácil, confortável, funcional, que você fica pensando: "Por que raios! não fizeram assim para todos os trompetes?" Se aperta um pouco a correção do 3, já corrige o ré, se aperta o 1 e 3, já corrige o Do#, e dá para corrigir facilmente outras. É tão confortável isso. 
É um trompete muito bonito. Os outros reparam muito no seu designe charmoso e diferencial com detalhes.
É interessante que quando você assopra forte, o metal começa a tremer, mas vai muito mais. O som não tem a caracteristica de ser muito aberto - para quem desejar o efeito. Já para quem quer rechear um ambiente com boa reverberação, com incrivelmente e deliciosa projeção, esse instrumento é fantástico.
Ele parece ter sido produzido para um cara com uma estrutura grande, os pistos são mais longes um dos outros do que todos os modelos que já toquei, mas nada que incomode (na verdade, se você tem uma mão grande, vai adorar), a pegada dele também é mais longe, ficando com o pisto 1 mais afastado do bocal do que o normal, ele tem uma pegada mais para frente, mas muito bem equilibrada. (foi o instrumento mais confortável de se pegar, para eu que tenho 1,82m. Ao pegar outro trompete, senti que estava segurando um pocket). O apoio do dedinho da mão direita, é um pouco longe do pisto - quem tem mão pequena talvez tenha algum desconforto com isso, mas logo acostuma.
Ele gera mais água do que outros modelos que já toquei (é mais frequente ter que acionar as bombas de água, que funcionam precisamente).
Principais usos no meu ver, que irão destacar o instrumento: Fazer solos (concertos quanto popular); tocar obras que exigem um som escuro, mais centrado - deve ser incrivel; tocar com muita intensidade e lirismo na região grave; tocar com suavidade e registencia a região aguda, sem ter que partir para um trompete ML e lightweight, preservando a robustez do som.

Prós
1. Pense no seu melhor solo de concerto;
2. No som que após tocar pela primeira vez, todos te parabenizam pelo instrumento;
3. Um instrumento que fica com um som tremendamente rico mesmo com bocais menores como um 3C; e, se coloca um bocal grande então... com o Schilke Sinfonico M1, faz um som simplesmente inacreditável;
4. Ele tem uma ótima pegada. Principalmente para quem é maior (tenho 1,82m, foi o que tive mais conforto para segurar);
5. Extremamente ágil, inclusive na região aguda na qual tem um grande som, sem prejudica a resistencia;
7. Deve fazer um som incrível para se tocar Bruckner, falta testar para ver como soaria Mahler; Tive uma experiencia incrível tocando o Concerto para Trompete de Hummel (em casa, até minha namorada desentendida elogiou e gostou rs); fiz um solo de Jazz que ficou com um som muito rico com um bocal Denis Wick 3C;
8. Incrível designe e acabamento, muito detalhado, feito para ser uma obra de arte;
9. Sistema para acionar as pompas de afinação 1 e 3 por meio de gatilho.
10. A preservação intacta para um instrumento de 1972 (mais de 40 anos de música);
11. O Case parece uma caixa especial do Exército para proteger aparelhos de última geração, um exagero de robustez.

Contras
1. Com alguns bocais muito grandes, como Bach 1C, fica com um som muito opaco;
2. Devido as grandes dimensões deste instrumento, ele exige um músico que saiba controlar bem sua coluna de ar e tenha uma boa afinação nos lábios. Talvez, iniciantes tenham um pouco de dificuldade para se adaptar nele;
3. Case poderia ter espaço para partituras (mas ai já não é o trompete).

Fotos
(clique na foto para ampliar)
Grande trompete, muito bonito

Metal interno também é prateado e resistente oxidação

Sintonia entre os tubos e e velo acabamento das conexões

Balanceamento e harmonia dos pistos com belo acabamento

Leadpipe diferenciado para o sistema de ar direto

Acabamento, harmonia impecável

Acionamento das voltas de afinação 1 e 3 sem ter que abrir mão da pegada do instrumento

Volta do tubo da campana larga mais acentuada para ela não se projetar muito a frente (acredito que o motivo é para diminuir a pressão e o erro de uma volta mais curta e para melhorar o equilíbrio

Leadpipe e bore largo

Pistos com precisão impressionante e sistema de molas grandes externas

Pistos mais centraulizados

Belo acabamento detalhado

Foto com Flash para mostrar como o banho de prata brilha com a luz

Belo instrumento

Bela campana que suspeito de ser de prata ou titânio

Pompa 3
Estou surpreendido como que a oxidação de 1972 está intacta!

Pompa 1

Trompete com um bocal Denis Wick MM2C


05 outubro 2013

5ª Sinfoniar de Mahler, O Melhor Vídeo

Repare nessa sonoridade, sobretudo no extraordinário solo de trompete.
Que sonoridade.

14 agosto 2013

Comparação Trompetes YTR-6345G x Bach Stradivarius 37

O mundo dos trompetes é um mundo muito complexo de muitos modelos e poucas avaliações de caráter mais objetivos sobre as diferenças entre um modelo e outro, alguns são mais famosos, outros tem mais nome de peso na marca. Mas o que realmente muda? Onde está a diferença? Hoje venho aqui a comparar e caracterizar dois excelentes trompetes, um Yamaha YTR 6345 G e um Bach Stradivarius 37.

Veja o vídeo abaixo no qual faço alguns testes comparando os dois trompetes. (Infelizmente o ambiente e a qualidade do mic da câmera ter reduzido a experiencia a percepção do som real, mas acredito que evidencia algumas suas diferenças).



Yamaha YTR 6345G
Detalhes do produto: Site Yamaha
Descrição em Inglês: Yamaha's professional models are medium-weight for a perfect all-around playability. They're at home in any setting, from studio to big band, concert band, chamber group, or orchestra. The 6345G features a large bore and a gold-brass bell for a warm, rich, commanding tone and is ideal for those who need versatility in their horn, who are looking for an instrument that will play and sound just right in any group or setting. Monel pistons are resistant to corrosion and are an ideal choice for professional trumpet pistons which must retain precise fit and smooth action over many years.
BoreL: 0.462"
Bell Diameter4-7/8"
LeadpipeGold Brass
Body MaterialYellow Brass
Bell MaterialGold Brass; One-Piece
WeightMedium

Média de preço nos EUA (Novo): $1980.00 - 2118.00  Fonte: Music123
Média de preço nos EUA (usado): $ 1150 - 1450.00 Fonte: eBay

Prós
1. A precisão dos pistos e ataques nas notas. Parece uma navalha.
2. Afinação excelente. Na verdade, é até dificil tocar desafinado, se não atacar certinho lá na nota (principalmente na região aguda) o som embola, pipoca, não sai facil. Parece como trocar as marchas de um carro, ele só anda com as marchas bem engatadas.
3. Muito volume. É um trompete que dá para rasgar no som, volume e projeção que se pode fazer. Parece andar com um daqueles carros que quanto mais você pisa mais ele responde.
4. Um som tremendamente rico, belo, cheio, aquele som que dá gosto de ouvir, que preenche, encorporado e muito versátil para todos os estilos. É um timbre que se destaca entre outros sons. Em especial, um timbre muito viril, eróico, é aquele 'som pra cima, pra frente', é empolgante.
5. O acabamento de todo tubo da campana, campana e verniz é muito bonito; se destaca da grande maioria.
6. O instrumento incorpora muito o timbre dos bocais. Se você usar um bocal grande, cheio, você vai sentir o timbre do instrumento incorporar bem esse timbre. Se usar um bocal médio e raso, como um 3C, 3D ou 14b4, ou mesmo 7c, vai ter um som muito brilhante, claro e rico; de certo modo, esse instrumento voa nesses bocais. Acho que ele tem uma pegada um pouco mais voltado para popular que para erudito, mas também não deixa a desejar no erudito, o som dele incorpora bem os bocais grandes de maneira que produz um som muito rico. No bocal Schilke 22 parece que estou tocando num trompete alemão daqueles com som bem cheio, rico e profundo, como se fosse tocar uma obra de Bruckner. No bocal 2FL da Denis Wick, é como se estivesse tocando um ótimo Flugelhorn. E por ai vai. O Grande destaque desse instrumento é a sonoridade, seu timbre.
7. Não há como deixar de destacar seu case. É simplesmente o melhor case para trompete que conheci e ouvi dizer. Melhor que o da Xeno, Bach, e muitos outros cases de luxo. É forte, seguro, leve, tem espaço de sobra para partituras, livros, surdinas, bocais...
8. O acabamento e som da campana é excelente. O site da Yamaha diz que é feito de Gold-Brass (uma liga de metais com ouro); mas já ouvi outros dizerem que é feito de cobre, e até mesmo de bronze já ouvi dizer. Gostaria de saber qual é exatamente, só sei que o timbre da campana é um som de um sino de destaque.
9. Quer dar um belo de um steccato ou ataque? Este é o trompete.

Contra
1. É um trompete com muita pegada. É como andar num carro de 250 cavalos, motor 2.5, e com os pistos muito precisos. Nele é preciso de muita sensibilidade, controle e sutileza para por exemplo fazer uma rápida escala cromática em legato de forma bem sutil, quando não se quer fazer parecer aquela diferença de intervalo entre uma nota e outra; exatamente porque ele tem muita pegada, é difícil manobrar nesse aspecto em baixa rotação, andar a 20 km/h nele, tem que aprender a pisar bem de leve nele. Ele tende a destacar mais o ataque e mudança entre uma nota e outra.
2. Não é recomendado para estudantes e pessoas com baixa resistência e/ou embocadura fraca. Por ser um instrumento muito preciso, como já disse que aceita pouco o erro da entonação da nota, a região aguda dele exige maior resistência e gás, provavelmente por ser Bore Largo (há trompetistas que não conseguem se acostumar a Bore L). Não é muio flexível na região aguda para mim.  Eu toco muito pouco, por hobby, apenas nos fins de semana, e uma tocadinha com sorte durante a semana, não tenho aquela embocadura de aço, e costumo tocar com bocal grande, sinfônico e tenho muita dificuldade na região aguda com ele, sobretudo em ter resistência nela. Mas para pessoas com bico mais de aço, que tocam frequentemente, ou, que usam bocal menor e/ou mais raso, não sente essa dificuldade, como alguns amigos meus já testaram e os interroguei quanto a esta questão.

Comentário de outro trompetista que trocou por um Xeno 8345
O antigo dono vendeu ele para adquirir um Xeno 8345. É outro trompete. Mais suave de se tocar, foi melhorado no aspecto de ser mais flexível entre as regiões (inclusive aguda) e dá mais resistência. Porém, alias critica de alguns trompetistas, a linha Xeno ficou com um som meloso demais. Não tem a mesma pegada e brilho, ataque do 6345G, e nesse aspecto,  o antigo dono meio que se arrependeu de ter feito essa troca; mas acostumou com o novo e achou que o som do 8345 que é muito pesado deixou mais confortável o seu som, já que toca com um bocal 14B4 que ficava brilhante demais para tocar coisas mais eruditas, no seu jeito de tocar. Ele também disse que quando comprou por volta do ano 2000, na época era considerado o modelo top da Yamaha que foi muito famoso na época, antes de criarem a linha Custom e Xeno.

Bach Stradivarius 37
Particularmente a maioria das vezes que toquei o Bach 37 foram apenas pequenos testes em ensaios que toquei o de alguns amigos. É um trompete muito popular e dito como grande referencia aqui no Brasil, vira e mexe você encontra alguém tocando um. Para testar melhor - para talvez adquiri-lo - peguei um excelente trompete Bach 37, quase que uma reliquia, feita por meados da década de 70, um vintage feito na época aurea da Bach e que estava perfeitamente conservado, sem nunca ter passado por uma reforma, vernizada etc.

Algumas Caracteristicas
Fonte: Bach Brass
Material: Yellow-Brass
Bore: ML (Medio-Largo), 0.459"

Média de preço nos EUA (Novo): Por volta de $2700.00 Fonte: Music123
Média de preço nos EUA (Usado): $600.00 - $1700.00 Fonte: eBay

A primeira impressão ao pegar um Bach 37 é que não parece ter nada demais nele. Tanto na aparencia, quanto na pegada e peso, lembra a linha studant da Bach, ou mesmo um King, e um Amati Studant que já testei de um amigo. Mas ao tocar, você percebe claramente destaques desse instrumento.

Prós
1. É um instrumento muito versátil e agil. Os pistos são um pouco mais soltos e leves do que os do yamaha, sem perder a velocidade.
2. O instrumento oferece baixa resistência a coluna de ar, isso aumenta seu range, resistencia e flexibilidade entre as notas e regiões.
3. Facilmente o instrumento corresponde a todas as dinâmicas que você tenta executar. Soa claramente e sem dificuldades fazer um crescendo de um pp para um ff.
4. É um instrumento agil e relativamente facil de se trabalhar e alcansar o registro agudo.
5. Dá para fazer dedilhados legatos bem suaves e bonitos, dá para surfar entre as notas com relativa facilidade e controle.
6. Não deixa a desejar em questão a volume e projeção. Você manda ar e ele vai, mesmo se tratando de um ML. Nesse ponto, apesar que o YTR6345G vai mais longe [pois tem um motor mais potente, corre mais], o Bach, por outro lado, tem uma relação melhor entre as marchas, não sendo muito longas; enquanto a do yamaha quanto mais agudo, mais precisa 'esticar'. (comparando a dirigir um carro).

Contra
1. Ataques. O instrumento exite um pouco mais de ar e lingua mais rápida para se fazer um bom ataque, ou uma articulação mais presente. Ele tende suavizar as passagens de notas. Bom para dedilhar bonito, mas ruim quando se quer dar mais agitação e tornar mais eletrizante.
2. Timbre. O timbre do Bach 37 deixa muito a desejar, é muito opaco comparado ao YTR 6346G. Não parece o timbre de um instrumento profissional (apesar que alguns não vão gostar de ouvir isso), não é muito lirico.Talvez se for tocar algo mais próximo para algo meloso, triste, ou Blues, ou algo que normalmente se toca num Flugelhorn, quando se trata de solos. Mas ele não deixa a música muito para frente. O timbre é tão seco que o som parece morrer pouco depois de executado, o que dá a impressão 'que não vai muito para frente', não tem muito vigor.
3. Na região aguda, o som parece com aquele som claro e seco de bandas marciais de escolas americanas que usam bocais muito pequenos e rasos. Para deixar um som mais brilhante e encorpado na região aguda, recomendo usar um bocal sinfônico para dar mais corpo.
4. O som da campana deixa a desejar. É feito de latão (yellow-brass). [No vídeo deixa claro que tem som de latão.]
5. Ele amacia muito o som. Usei vários bocais, que tem caracteristicas e timbres diferentes (Bach 2 1/5C, Yamaha 16C4-GP, Bach 1C, Schilke 22, Schile Sinfonico M1) e os sons ficaram muito semelhantes, próximos, com pouca diferença, de modo que apenas parecia ser uma questão de tocar o que era mais confortavel. Apenas quando usei um bocal de flugel (Denis Wick 2FL) o som se diferenciou bem, e ficou mais parecido com o som de um flugel do que o YTR6345 com o mesmo bocal.

Comentário especial
É um trompete muito gostoso e macio de se tocar que te dá muito controle e certa facilidade de executar muita coisa, e te ajuda um pouco mais de resistência, e tem pontos positivos na região aguda. Porém é um instrumento que peca na qualidade do material, no timbre e sonoridade. O som é mais escuro que o yamaha, com um bocal de flugel fica até bem aveludado como um flugel. É muito procurado por estudantes mais avançados. Mas ao lado de um Yamaha é um timbre seco, sem muito sal, que não tempera muito a música. Todavia, os músicos mais exigentes de carreira mais feita, poder aquisitivo melhor, geralmente procuram por outros instrumentos, ou fazem modificações especialmente no leadpipe e/ou campana para dar mais 'pegada' e melhorar o 'timbre'. Acredito ser um ótimo modelo para estudantes que querem um instrumento de maior qualidade e facilidade de se tocar e muito bem aceito no mercado e no mundo musical. Talvez a melhor 'opção de entrada' nos modelos profissionais. Mas acredito que com o tempo a grande maioria irá preferir trocar de instrumento para a linha profissional da yamaha, schilke, ou mesmo outros, ou pelo menos personalizar o seu instrumento para mudar um pouco o timbre e a pegada.

Comentário do trompetista Antonio João Diogo
Tenho um Bach 180 GS 37/25, e já tive um YTR 6345G, para mim com o mesmo setup, pouquíssima diferença, salvo o Yamaha facilitar um pouco o stacatto, mas ao mesmo tempo o Bach me facilita um pouco a flexibilidade. Minha opinião. há no caso do Yamaha também é mais barato.

07 agosto 2013

Liszt: Sinfonia Dante - Completo

Essa obra é uma novidade para mim, mas fiquei encantando por ela. Não acredito no Inferno tampouco no Purgatório. Mas vale lembrar que na época, foi uma obra dentro de um contexto Cristão Católico. E aqui, Franz Liszt nos dá uma tremenda aula de "semantica". Está obra é absurdamente expressiva!!! Aqui mostra claramente a tremenda habilidade do compositor em expor tais idéias, como o terror do Inferno, a beleza, calmaria, tranquilidade, pureza celestial. Obra feita em 1857, com mais traços da qual diriamos fazer parte do Modernismo, fantástica obra. Coloco aqui vídeos com uma tremenda interpretação da Filarmonica de Berlim.

Movimento 1: Inferno

Movimento 2: Purgatório

Movimento3: Paraiso

Dramartugia
A obra já foi alvo de dramartugias e até mesmo filmes entre outros. Lembra do filme "O Inferno de Dante", no caso era um vulcão que se explodia no meio de uma cidade. Mas aqui um vídeo interessante, o som não está dos melhores, mas eles fizeram todo um ambiente com luzes vermelha, um telão mostrando cenas e imagens referentes a obra, e uma narração, leitura cantada, interpretativa, com a legenda. Muito didático.


Liszt Mazeppa, Symphonic Poem No. 6 / Christian (Berliner)

Apenas um pequeno trecho (devido a sua excelente qualidade de som) deste extraordinário poema sinfonico Mazeppa, de um autor pouco conhecido e tocado aqui no Brasil, Franzs Liszt, com qual eu tenho pouca familiaridade devido a ter composto mais obras para piano.




Para conferir toda a dramaticidade incrivel dessa obra, confira aqui na integra numa excelente execução e interpretação em níveis de dramaticidade, até mesmo certo terror e suspense.


You Rise Me Up - Trumpet Solo

Confira esse maravilhoso solo de trompete de Fernando Lopez desta incrível melodia, da qual vale a pena conferir a letra.



05 agosto 2013

Freedom - Coração Valente (Braveheart - Theme)

Não se fazem mais bons filmes como antigamente. Fato!
Mas e trilas sonoras? Confeço que a cada dia que passa acho o mesmo. É extremamente dificil nos depararmos com uma Trilha Sonora, sobretudo um tema de filme, que nos marca como antigamente fizera os grandes clássicos: Star Wars, Indiana Jones, De Volta para o Futuro, Forrest Gump, entre tantos outros. O último tema que me marcou foi o da magnifica obra "O Senhor dos Anéis".

Ecos do passado ressoam até hoje com essa inusitada música do classico Coração Valente de Mel Gibson, com gaitas de fólio, entre outros, fazendo um tema profundo, melancólico, frio e intenso, buscando emoções profundas que nos voltam para valores altruistas, de amor, uma melancolia mas uma esperança em meio a ela. E a sensação de liberdade, de livre, quase como se estivesse a correr por aqueles campos enormes.

Para as gerações mais novas que não conheceu tal filme (assista), mas antes, contemple esta música.



10 julho 2013

Flugelhorn Antoine Courtois

De todos os instrumentos que passaram por minhas mãos, nenhum me impressionou tanto quanto o Flugelhorn da Antoine Courtois. Foi amor a primeira vista mesmo se tratando de um instrumento usado. E o que mais impressiona é o que ele faz. Você assopra e o som sai, a resposta é super rápida, você não sente aquela 'resistência contrária' que alguns instrumentos costumam apresentar. Tanto nos graves quanto nos agudos o som sai de forma muito bem projetada, clara, nitida.

Toquei muito tempo com um parceiro num grupo de metais que tinha um Flugel da Getzen, também excelente. Mas ainda assim este se destaca muito no som e sobretudo no 'tocar'. Comparando com um carro você se sente dirigindo um super Porsche ou Ferrari, é potente, você SEM esforço tem controle das notas, o SOM sai! Um som lirico; uma mecanica tão macia e fácil, que fazer escalas, arpejos, entre outros se torna simplesmente fácil! A qualidade dos pistos é incrivel. Mesmo quando mal lubrificado eles vão bem. Além da durabilidade, em anos, sem oxidação, arranhos de mecanica, entre outros, mostrando uma grande qualidade de material e precisão na produção.

Quanto a experiência tive com 2 bocais. O 4 1/2 FL original da própria Courtois e um Denis Wick 2FL. São experiencias diferentes.
Com o 4 1/2 FL - um pouco pequeno para minha embocadura - é muito parecido com o bocal 7C da Bach mas com a garganta em V. Ele é muito flexivel muito mesmo, muito leve entre os intervalos de nota além de dar um grande ganho de resistencia e facilidade nos tons agudos. Ele mantem um som bem lirico, claro, talvez mais próximo do som desejado de uma bigband de jazz; não perde a característica do som de flugel, todavia, é um som ainda 'próximo do trompete'.

Com o 2FL da Denis Wick a experiência é tremendamente diferente. O bocal é extremamente confortável a embocadura, e apesar de ser extremamente fundo, (só de olhar lembra um bocal de trompa), ele não deixa a desejar na resistência e facilidade de trabalhar as notas e agudos. Mas o que mais surpreende neste bocal combinado a este instrumento é que ele se torna extremamente macio e flexível nas dinâmicas no sentido de você conseguir, sem dificuldades, expressar-se no som tudo o que quiser. Ele fica com um som extremamente profundo, aveludado e cheio, extremamente semelhante com o de trompas; uma projeção tão bela que muitos amigos, mesmo trombonistas, saxofonistas e outros admiraram o som, o instrumento. Todos que o tocaram quiseram comprá-lo e ficaram impressionados no primeiro contato. Cheguei até mesmo a tocar partituras de trompa com ele e não deixava a desejar, apenas não tem tamanha projeção quanto a trompa, e com o bocal 2FL fica difícil você chegar num FFF, mesmo soprando muito ar, eu conseguia o equivalente a um FF comparado a outros instrumentos.

Com muita dor no coração, me desfiz dele, o vendi, em prol de aprender e me aprofundar em tocar uma Trompa Francesa. Com qual espero conseguir me expressar ainda mais do que com esse Flugelhorn extraordinário. Mas fico muito triste, pois acredito que dificilmente conseguirei ter a oportunidade de tocar um instrumento tão extraordinário novamente.


Excelente acabamento.

Chave de afinação da 3ª pompa funciona rápido e sem engasgos.

Belo Brilho e trabalho dos pistos,

Almofadas de pano que abafa o barulho da digitação.

Campana com qualidade superior;

Campana é maior do que a de um Flugel comum.




Leadpipe com ajuste de afinação impecável

Mecânica dos pistos é inacreditável de tão leve, precisa e rápida com sistema de molas externas.

10 junho 2013

Sibelius, Sinfonia 1

A beleza, a grandiosidade, o detalhe... estou ainda cru demais para comentar mais esta obra e interpretação surreal do mestre Karajan. Apreciem sem moderação.


11 fevereiro 2013

A Canção da Solidão - Original


Sozinho, a noite, no quarto escuro, um trompete na mão, sem métodos ou partituras, e, de repente, eis que uma inspiração surge. As notas vão vindo, a música vai vindo. Desafinada, arranhada, chorada, triste. É assim que era para sorar. Uma solidão, uma escuridão, eis o seu andamento, sua interpretação. Notas improvisadas, andamento descontinuo, ritmo destruído. Todavia uma clara expressão. Não se trata de perfeição do 440hz, não se trata de som maravilhoso de orquestra, não se trata de uma partitura beethoviniana, nem de metronomo. Mas uma arte que emanou e expressou, aquilo  que qualquer um que ouvir pode entender, pode compartilhar. A tristeza, a solidão, a melancolia, a escuridão.

Tanto a música, quanto a gravação, foram ao vivo, de primeira. Surgiu totalmente em improviso. A partitura não sei lhe dar. Mas gostei tanto. Que fiz este vídeo com várias imagens de fundo, que fazem algum sentindo.

03 fevereiro 2013

Bocal (Mouthpiece) Yamaha Custom Japan 16C4-GP

Adquiri este bocal após testar o de um amigo que veio junto ao trompete Yamaha Xeno que ele havia comprado. E me deslumbrei com o bocal, principalmente pela facilidade de tocá-lo, como se fosse um bocal raso, inclusive facilidade de tocar as notas agudas, o conforto labial do ouro e da borda e por possuir uma boa sonoridade apesar de tudo isso, um grande som. E eu usando aparelho ortodôntico até então estava tendo muitíssimos problemas com resistência e tocar a região aguda e logo adquiri ele.

Usei o bocal por 2 anos e não foi o principal bocal que usei neste tempo, usei mais o Schilke Sinfônico M1, um excelente bocal que se adaptou melhor a minha boca e possuí uma textura de som e qualidades mecânicas que uso mais. Mas o que dizer deste excelente bocal?

O Bocal
A parte interna e a borda do bocal são feitos de ouro de ótima qualidade. Todo acabamento e contornos são impecáveis, é um bocal muito bonito, grande, e pesado. Tem uma massa acrescentada, considerado heavy, porém, diferente do que se costuma ver em outros bocais deste tipo, o corpo da massa é menos distribuindo no seu corpo, fica mais concentrado próximo a taça. E nisto, eu percebo 3 diferenciais, comparado a um Bach Heavy:

1. O peso fica mais distribuído na região do lábio isto promove uma embocadura mais fixa e firme, consequentemente mais confortável;
2. Quanto maior a massa e sua distribuição no corpo, mais energia é necessário para se tocar. Ele não é um pesado pesado, é só um pesado - digamos assim. De modo, que tem uma ótima combinação de equilibrio, melhor que o Bach Heavy no meu ver, de modo a exigir menos energia de você, assim não prejudicando sua resistência como é mais comum nos bocais pesados. E também ele não prejudica no volume sonoro é possível se fazer um grande volume sonoro, até maior do que o outro bocal Schilke referido.

3. O corpo adicional que deixa pesado, matematicamente suavisa a onda da vibração, suavisando detalhes como  arranhões no som, articulações mal feitas e dando uma aveludada no som. Os bocais mais pesados com corpo a parte do peso mais longamento distribuido, como em alguns modelos Bach, de certo modo aveludan ou escurecem demais o som, mais próprio para alguns solos mais melancólicos ou fazer um som muito escuro como em algumas obras de jazz e blues; todavia, perde outras caracteristicas, como brilho e aquele 'ardido de ataque' e algumas caracteristicas que normalmente se busca numa obra sinfonica ou para tocar em conjunto; logo este bocal é uma excelente combinação intermediária que cai bem sem deixar a desejar nos dois estilos.


Tocando com o Bocal
A primeira impressão que você tem ao tocar este bocal é o conforto das bordas em ouro... é muito confortavel, parece ser macio. E acredite, para um cara que toca com aparelho ortodontico, ele foi uma grande salvação para muitos momentos que carecia de resistência e estaca com os lábios cansados. A flexibilidade dele é muito boa, quando você flexiona notas distantes legatos você fica impressionado a precisão com qual se muda de uma nota para outra. Tenho um trompete Yamaha também, e percebo muito isso nele também, eles são muito precisos, acredito que a margem de erro para notas é muito pequenos de tais marcas, produzindo uma grande qualidade de afinação. Também a articulação entre as notas, devido a massa pesada é bem suave e suavisa aqueles possíveis arranhos e chiados nas articulações. A minha impressão, ao tocar ele é semelhante a tocar com Bach 1/2 de profundidade intermediária entre um C e D, é um semi-raso mas não deixa de ser fundo, a sua garganta é funda e mais aberta no fundo do cálice, deste modo, dá até uma certa impressão de certo modo que se está tocando o 1C. Detalhando que a garganta mais aberta e funda deixa o som mais lirico, o abre mais permitindo controlar mais o feeling do som e ajuda a controlar as dinâmicas, sobretudo o volume sonoro (normalmente gargantas pequenas, como de cornets limita mais isso). Você tem um bom range, tanto nos graves quanto agudos e intermediários, em nenhuma região deixa a desejar; é um bocal super bem equilibrado. Um dos destaques é que nas notas graves ele não racha o som, como a maioria dos bocais fazem você tem um bom controle e uma sonoridade constante mesmo nos graves; mas se busca uns graves com mais peso ou mais rachado e dark, aconselho outro bocal.

O Som
O bocal tem um grande som é muito parecido com o som de se tocar o 1 1/2 B da Bach em questão a som. As diferenças peculiares são devido ao peso e ao ouro que reveste a parte interna. O ouro amacia o som deixa mais meloso. Gosto desse bocal especialmente para tocar coisas mais melosas, ou para melodias que preciso fazer passagens mais suaves e legadas. A massa extra melhora na projeção do som, dá um brilho a mais, um pouco mais penetrante se você tocar num ambiente que tem muita reverberação tirando um pouco o exagero do que um bocal magro faria numa ambiente assim, caso seja o efeito procurado na música. Todavia, tocar ele num bocal de metal muito leve faz o perder um pouco sua sonoridade fica um som mais seco. Por outro lado, não é um bocal que recomendo para tocar algo mais estilo uma Marcha, algo de caráter mais barulhento, Mahleriano, talvez uma passagem ou outra, onde se busca ouvir mais aqueles ataques e ardidos ou som mais rachado e menos amaciado. No meu ver é uma busca mais para se busca tocar mais solo, ou algo mais meloso, mais de aspecto suave... ou tocar um Jazz mais limpo com um som mais confortavel e cheio para o ouvido do que os bocais muito pequenos e rasos sem abrir mão de uma boa resistência.

Outras fotos


13 janeiro 2013

Tomaso Albinoni Adagio - for Trumpet & Organ

Tomaso Albinoni tem um repertório muito bonito, em especial adagios, e obras para solos instrumentais.

Compartilho um impressionante um comovente adagio para Trompete e Órgão.