25 setembro 2011

OSSA - Toccata e Fuga em Ré Menor - J. B. Bach BWV 565

Ontem tive mais uma vez, o incrível privilégio de poder assistir, com uns 15 amigos se não errei na contagem,  o concerto da Orquestra Sinfônica de Santo André no Teatro Municipal de Santo André, com a regência de Carlos Moreno. O que tocaram? Bem, para começar uma transcrição absurdamente incrível da mais famosa de todas as fugas de Bach (se não da História), a famosa Toccata e Fuga em Ré Menor (BWV 565); já ouvi ela para órgão, tenho uma gravação que talvez futuramente publique que é absurdamente incrível, é um órgão do tipo que faz seus ossos saltarem da pele; já ouvi esta tocada por grupos de metais como o German Brass entre outros, fantásticos. Mas esta ontem da OSSA, caramba! A música ficou tão grandiosa quanto um imenso órgão habilmente tocado; deu para sentir na pele, aquela produção incrível desta música, uma mistura de um incrível PODER, TEMOR, GRANDIOSIDADE, de certo modo terrível, mas ao mesmo tempo cheio de beleza, suavidade, mas tudo isso gerado por um imenso impulso de muita energia e virtuosismo É como se estivessemos diante do trono e do próprio Deus, e toda clareza de nossa condição de criatura diante do Criador viesse a tona; é assombroso, mas ao mesmo tempo maravilhoso. Bach usa umas harmonias aqui, que parece distorncer o espaço, os elementos, parece que o próprio ar , os átomos em meio as notas e pedais longos entram numa agitação tão desordenada e incrível, é violento, parece que as rochas, a atmosfera irá rachar ao meio; é uma prova ao nosso coração permanecer inabalável, pois somos tomados por um pensamento de 'pequenez', "somos nada diante dEle"; é a glória fulminante de Deus. Bach! Bach! Bach! Simplesmente incrível. E nessa transcrição em especial, Zangheri, creio eu, que conseguiu intensificar e florescer ainda mais esses incríveis aspectos religiosos da filosofia cristã, numa concepção tão profunda que vemos ali a atmosfera das obras de Bach; tanto da imensa energia, articulações até mesmo violentas dos os Concertos de Brandemburgo n. 3 e 5, quanto a atmosfera profunda, divina e celeste da Air, quanto a beleza, suavidade da bela melodia de Jesus Alegria Dos Homens.


Creio que eu e todos que estiveram ali agradecem pela incrível e inspirada transcrição que Gláucio Adriano Zangheri fez. Parabens a ele, a Orquestra Sinfonica de Santo André, a toda a sua direção, e sobretudo, a Deus, que inspirou homens como Bach a compor, e todos estes mencionados a realizar este trabalho, e nos dar a oportunidade de contemplar e refletir sobre isso.


Infelizmente, a gravação deixa muito na qualidade, pois foi num pobre celular muito antigo, que grava em mono em 64 kbps, e certamente como o OMH ridículo. Acho que este trabalho, a OSSA deveria divulgar pois fizeram uma gravação profissional, com uma verdadeira qualidade acústica. Aliás, este concerto, e muitos outros trabalhos realizados, destaco o concerto para piano numero 1 de Franz Liszt, o 1º movimento da 9ª de Dvorak, o 1º da Sinfonia 6 de Bruckner, o 3º da 8ª de Bruckner, a Sinfonia 9 de Bruckner, que foram este ano, além de algumas no passado, como a Sagração da Primavera ano passado, a Sinfonia 1 e 4 de Bruckner que ficaram absurdamente incríveis! Mas se mesmo nessa gravação ficou 'assim' (ao meu ver está com um som muito bom), imagine ao vivo!!! A sonoridade, afinação dessa orquestra está cada vez melhor.


Boa apreciação!
Observação: Uma baqueta dos tímpanos até quebrou na execução, de tamanha a energia que foi.



Após "ISTO", a OSSA ainda apresentou a 3ª Sinfonia de Anton Bruckner, a dedicada a Richard Wagner. Uma obra também simplesmente incrível, grandiosa tão quão, mas ao modo Bruckneriano, que exigiu muito ar dos metaleiros, deixando-os bemmm vermelhos; todavia, o primeiro movimento não gostei muito, ficou um pouco cansativo as muitas repetições do tema principal, ficou um pouco a desejar aquele senso de 'continuidade' e de 'desenvolvimento' da música, as vezes sendo retrógrado, algumas passagens perdeu a beleza que ouvi em outras gravações, gosto muito, mas muito mesmo, de uma de Celibidache com a Filarmônica de Munique EMI. Todavia, gostei muito dos demais movimentos, sobretudo do último movimento. Além disso, foi incrível ver os tímpanos dobrando as notas, mesmo as muito rápidas, e perfeitamente sincronizado; mas claramente, é uma obra que deixou com gosto para se ouvir na acústica de um sação enorme de colunas e pedras de uma catedral. Bem, mas esta obra deixo para falar em outra ocasião.

Uma boa gravação realizada no concerto na Catedral da Igreja do Carmo em Santo André
(olha a sonoridade!!!)

Parte 1

Parte2


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