Alguns dias atrás fiquei muito com esta música na minha cabeça, lembrando da vigilia que fizemos na IASD de Vila Formosa onde haviam uns 12 violinos, e tocaram esta música (Santo, Santo, Santo) do Hinário Adventista em Dó, e nós improvisamos fazendo uns "bolachões" (umas semi-breves), e que ficou extraordinariamente maravilhoso, foi de arrancar lágrimas dos olhos. Então fiquei pensando em fazer um arranjo simples tentando trabalhar aquelas idéias e dar uma subida de tom no final... começando em C Maior e indo D Maior; para o nipe de instrumentos que temos em nossa igreja.
Ouvir arranjo (midi)
Instrumentos:
Piano
2 Trompetes em Bb
1 Trompa em F
1 Trombone em C (apesar de ter começado fazendo para 2)
Por muitos meses esta foi, sem dúvida, minha obra favorita, entre todas. Vamos dizer que eu praticamente aprendi a ouvir, interpretar música e a perder o hábito de que uma música tem que ter um limite de tempo (não podia passar de 6min.); e aí todas as idéias desta 1812, desde a oração inicial, o desenvolvimento do drama, do conflito, até que chega naquele ápice da bravura, da honra, da energia ("vou dar tudo de mim"), quase como uma explosão de gozo de uma conquista e depois uma marcha festiva como quem conduz os últimos passos do fim de uma Guerra para a vitória... é sensacional! O que dizer então desta orquestração monstruosa (no bom sentido) do mestre Tchaikovsky?
Bem, achei esse vídeo no YouTube (ohhh!) há outros muito bons desta música, mas esse me chamou a atenção não pela interpretação (alías, ficou muito claro - tipico das orquestras Norte-Americanas, mesmo sendo uma inglesa - faltou ao meu ver um som mais profundo e corporado/robusto/cheio - os graves ficaram muito opacos e sumidos - ainda mais de uma música Russa), mas pela metaleira que foi colocada promovendo uma sonoridade e volume que, ao vivo, deve ter arrepiado até os pelos da orelha (tanto é que a platéia até se manifesta durante a música); os decibéis deve ter facilmente ultrapassado os 120, 140 ali; melhor, deve ter sido ensudecedor; deixando meu som no máximo dá para ter uma noção, mas a coluna de ar dos instrumentos fazendo vibrar até seu pancreas, apenas ao vivo. Bem, ficaaí, o vídeo da parte final desta maravilhosa e extraordinária composição.
O Juracir, aluno de sax tenor, fez duas gravações de nós tocando. Um é do ano passado (2009), da Festa da Amizade, a composição foi de um senhor que não me recordo o nome, e o arranjo para o nipe foi do Elcio; o mais interessante, é que este arranjo foi tocado praticamente sem ensaio, ainda bem que era simples.
Trompete: Evandro
Sax: Elcio, Hugo e Renato
Trombone: Elton
A outra foi uma de nossas chamadas "Saideiras", que normalmente fazemos sempre no final enquanto o pessoal está saindo do recinto quais se busca muito improvisar, serem bem discontraidas. Esta foi no inicio de junho deste ano; na descrição do Juracir colocou só eu de trompete, mas o Ronald também estava, foi ele que fez o trompete mais agudo (bem nitido), ora oitavando a melodia; por causa do aparelho, acho que nem consegui tocar direito o contra-alto. Bem, parece que tem uns violinos de enfeite, de fato, precisamos arranjar microfone para elas (Patrizia e Rafaela); nos sax, temos Elcio no tenor e o Hugo no alto; o Robert na flauta e a Edla no piano.
Bem, sou um apreciador da música de Bruckner, creio ser o que consegue expressar uma realigiosidade mais incrivel na música, menos subjetiva, humana possível... tanto é que alguns descrevem como que Bruckner trata de um "outro mundo" incompreensível, indescritível. Qual tem toda aquela religiosadade serena, solene e bela que vemos em Bach, os andamentos viril fortes e naturalmente cativantes que vemos em Beethoven, e toda aquela convicção religiosa e fé em cada nota que vemos em Handel, e tudo se cruza e é exageradamente elevado (tipico do romantismo). Bem, não vou tentar descrever a música de Bruckner, nem tudo o que significa para mim, agora. Mas há uma obra, inegavelmente, religiosa, profundamente religiosa, que tenta produzir uma atmosfera grandiosamente divina celestial e ao mesmo tempo angelical (que se fecharmos bem os olhos dá até para imaginar ou ter uma idéia de seres celestiais interpretando tal música) que é a "Te Deum".
Chamo muito a atenção dessa música para o caráter religioso. E também, em especial, que, através dela, podemos tentar compreender e ter idéias de muitas coisas que vemos nas suas sinfonias (apesar de eu não ver isto, e não gostar, das de número 2 e 3). Nesta introdução da 'Te Deum', há muito, por exemplo, da 4ª, 6ª e 7ª sinfonias. Sendo esta música, mais explicita (com palavras), nos ajuda a compreender melhor as idéias expressas, de Bruckner nas suas demais obras.
Bem, aproveite. E lembre-se, Bruckner, se esculta no último volume. - As janelas precisam tremer. Se dúvida, vai ouvir uma interpretação ao vivo. - para ouvir cada detalhe dos instrumentos, harmonias...
Há muitas interpretações disponíveis na Internet, e a que mais me impressiona, em todos os ambitos, sobretudo, na religiosidade, é está do Karajan 1978 com a Fila de Berlim.