27 julho 2011

Masterclass de Trompete com Prof. Carlos Sulpicio

Nos videos, um pouco do masterclass que realizei com o professor Carlos Sulpicio da Escola Minicipal de Música de São Paulo, com uma galera muito boa, onde tocamos um repertório para trompete. Creio, que especialmente para todo música, os comentários, críticas e observações que ele faz no segundo vídeo são muito edificantes. Sobretudo quando diz que um maestro não quer saber da sua técnica, se precisa respirar, se é agudo ou não, ele quer ouvir música, dinâmica, ritmo e tempo.


Anton Brucker, Deus e Sua Música

"O verdadeiro amor de Anton Bruckner era o seu "querido Deus". O homem capaz de interromper uma aula, no Conservatório de Viena, na hora do Ângelus, para se ajoelhar no meio da sala e rezar, tinha nesse Deus uma crença instintiva, sólida, enraizada no mais profundo de sua formação como ser humano. E é em sua música que se traduz a profundidade visionária de suas meditações - aqueles momentos em que estava em contato com o mundo da transcendência espiritual, cuja realidade nunca questionava. Desse mundo provinham a serenidade diante dos revezes e a força renovada que investia em sua arte criadora. Um místico numa era cada vez amis profana, Anton Bruckner tinha uma espiritualidade que era a mola mestra de sua arte.

(...)

... A força da música estava impregnada daquele poder místico que lhe dava a coragem de superar a depressão; e não é por outro motivo que a Quinta Sinfonia foi chamada de Glaubenssymphonie (a Sinfonia da Fé).

Comentário de Constantin Floros:

'Embora respeitasse muito a tradição e tirasse partido do conhecimento que lhe era fornecido pela "ciência musical", Bruckner alinhava-se com aqueles que acreditavam na importância primordial da expressão na música. Ele próprio escreveu a Franz Bayer, o diretor do coro em Steyr, que "o contraponto não é o fim em si, mas o meio para chegar a um determinado fim". Na teoria da literatura, estamos acostumados a diferenciar o autor "subjetivo" do "objetivo". Se transferirmos essas categorias para a História da Música, podemos caracterizar Bruckner como um compositor "subjetivo" que sempre criou a partir da necessidade profunda de se expressar. Ao contrário de muitos outros compositores, ele não se mantinha à distância de sua obra, mas identificava-se com ela. Portanto, cometemos uma injustiça em relação à sua música se a classificamos de "cósmica" ou se ignoramos ou banalizamos a quantidade de informação pessoal nela incorporada. Johann Wolfgang Goethe disse de sua própria obra que ela era "uma série de fragmentos de uma confissão mais ampla". Não seria exagero afirmar que isso também pode ser dito incondicionalmente da música de Anton Bruckner.'"

O Menestrel de Deus - Vida e Obra de Anton Bruckner, p. 177 e 180

22 julho 2011

Brass Quintet No.1, Op.5 (Ewald, Victor)

Para quem acha que é impossível fazer uma música de câmera para metais, olha este belo exemplo, com o pessoal da EMESP.

1º Movimento


2º Movimento


3º Movimento

11 julho 2011

Vários Adagios

Nem preciso dizer o quão essas músicas são belas. Não vou falar sobre cada uma. Mas especialmente o concerto para Oboe, é impressionante. Vejo algumas células de outras músicas... mas é profundo. Hoje ouvi uma amiga ensaiando o Lago do Cisne do tio Tchaikov, ai acho que me inspirou a pensar em adagios. Ou talvez seja uma overdose de músicas explosivas, muito coloridas, atacadas, impactantes, fogos de artificio, coisas bélicas, chocantes, que me faz lembrar de um filme de ação, sempre muita ação, força, energia, impacto. Talvez por causa do musical que estou ensaiando, das 10mil notas do trompete, 9mil e 500 são acentuadas e com tenuto... e agora busco algo mais relaxante, como o adagio do concerto para Clarineta de Mozart, que um dos temas me lembra muito uma música da igreja, mas não sei qual. O que dizer do adagio da 5ª de Mahler? Quase me faz lembrar estar sentado numa grande pedra, num mar de aguas calmas, esperando as horas passar e vendo o sol dançando no céu, até deitar-se no horizonte, mas continuo lá, e as estrelas tomam a conta de uma bela noite, junto a uma lua refletindo nas águas... porém, recheado de um certo sentimento de solidão; uma certa luta entre a angustia e o belo que parece fazer os violinos derramarem lágrimas; gostei muito desta interpretação do Abbado.








10 julho 2011

Mahler Sinfonia 10 - Adagio

Bem, está ai, um dos Adagios mais belos feitos, apesar de esse, predominante predominar o tema que me faz pensar na morte, apesar que em outros momentos, lembrar de brincadeiras infantis, coisas que me retoma a Sinfonia 1. Mas sempre trás um carater do tipo "tudo vão", "tudo passa", é de morte este adagio. Inclusive, classifico a sinfonia 10 de Mahler, com o rótulo de "Morte", assim, como a sinfonia 9 de Bruckner me faz lembrar de um velório, um de um belo jardim de cemitério. Todavia, prefiro muito mais os adágios de Bruckner - são únicos; sobretudo o da sinfonia 8; é uma obra divina. Bem, abaixo, uma interpretação de Bernstein com a Viena. Particularmente, não gostei, geralmente não gosto de movimentos lerdos ou mais espirituosos quando interpretado por ele. Acho que ele curte muito "o som", jogando muito com os "coloridos". Mas vale a pena. Bem, e teve um solo de trompa num trecho, que não sei se é o audio, mas eu não gostei nem um pouco, por mais que o cara deva ser um hyper mega músico, me pareceu o semi-profissional rachando o som de uma trompa de qualidade intermediária. Mas últimamente, estou muito cativado por adagios e obras mais profundas, espirituosas e reflexivas. John Willians não me atrai mais.


08 julho 2011

Um Requiem Alemão - Brahms

Este é um extraordinário e belissimo Requiem, uma obra sacra que extremamente bela, totalmente diferente dos requiem de Verdi, Bruckner, Mozart... Vale muito a pena ouvir, mas muito mesmo. Fiquei um bom tempo sem postar, por não ter nada que me impressionasse muito que me fizesse pensar: "Este vale a pena". Até que me deparei com este. Depois comento melhor a obra.

Podem baixar. E podem agradecer depois (sugiro q agradeça a Deus).

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