Uma das coisas que mais me admira nas composições de Brahms é a movimentação sempre nobre, cheio de certa glória e perfeição nos minimos detalhes, nenhuma nota parece ofernder de algum modo nossos ouvidos; além disso as melodias que ele consegue produzir e a harmonia que carrega encanta e toma de certo modo a alma do ouvinte, com um certo espanto com a tamanha perfeição da obra; é como se cada instrumento tivesse que fazer um solo minuciosamente detalhado e perfeito. E mesmo ele não fazendo grandes dramas e acentuações como em outros compositores que vemos algo mais a cara de Wagner, ele consegue produzir obras invrivelmente cheio de energia, vibrantes e profundas.
Pouco eu conhecia de Brahms até ouvir a sua Sinfonia 1. Havia já escultado a Sinfonia 2, pela Fila de São Bernardo em 2008 (se não me engano) e as Danças Hungaras. Mas o dia que a ouvi pela primeira vez, pela OSSA (Sinfonica de Santo André) eu não esparava tanto. Havia sido um dia ruim, estava um pocado bravo e angustiado para ser sincero por um conflito que tive na apresentação do coral; mas quando chegou a música, e já naquela abertura sinistra, fantástica, enfatizado pelos timpanos e com uma harmonia profunda e muito escura, já me pedrificou de atenção. Até que chegou o último movimento, o qual praticamente espantou totalmente aquela angústia e me encheu de tranquilidade e alegria.
Bem, do que conheço de Brahms o que mais admiro é a Sinfonia 1 e 2 e algumas das danças hungaras. Contudo, venho aqui compartilhar o 4º Movimento da 1 Sinfonia, de uma interpretação simplesmente extraordinária, única! Desafio você a ouvir esse movimento até o final sem ser tomado por tal música, é um movimento que liberta da angustia, quase como o rasgando e enchendo de alegria, de energia e do belo.