06 julho 2009

Glenn Miller - In The Mood

Já havia um tempinho que estava devendo de colocar um grande clássico de Big Band. A extraordinária "The Glenn Miller Orchestra" e a sua música mais histórica que perdura até hoje como inatingivel no Jazz. In the Mood já foi usada em vários filmes, até mesmo já vi erros de filmagem, do tipo que colocam essa música mas a bandinha que tocava não possuia a orquestração necessária; também no clássico Tom e Jerry (aliás, musicalmente, o melhor desenho que existiu, especialmente em interpretação musical).

In the Mood é evidente que é uma música que não agrega muitos valores cristãos, musicalmente falando, a orquestração a conversa dos instrumentos, eu acho simplesmente extraordinário. A música é simplesmente diversão, dança, "Ei, vamos nos divertir, nos descontrair." Os problemas, preocupações e deveres é deixado todos de lado, é pura e mera diversão. E a malandragem tipica do jazz nem é tão o tema, mas ela está presente mais no sentido: "Vamos paquerar umas garotas." Porém, tudo isso subordinado a música, é a música que comando, tudo fica em segundo plano, o principal é "Vamos seguir o que a música está dizendo. E agora ela diz: movimento, alegria, curtição."

Bem diferente das músicas do tipo de hoje. As quais são mais voltadas para uma lavagem cerebral de extase mesmo e a malandragem não existe, é um explicito: "Vai logo para cama com alguém." "Cata ela." E a música dominante passa a ser apenas um pretexto e incentivo para isso; sem muito sentido, ela praticamente perde todo o seu valor. Por isso que hoje o que se vê é mais um grande barulho sem muito valor e sentido musical apenas cheio de ritmo e batida. Não é por menos que hoje há até gente 'apreciando' esses Funks, que ao meu ver, se fosse permitido, só se fosse para pessoas maiores de idade; e que não deixa de ser uma total profanação da música.

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03 julho 2009

Hector Berlioz - Symphonie Fantastique mov. 5

Olá, desde a primeira vez que ouvi essa sinfonia, tornou-se parte da minha vida. A conheci por um video no youtube tocando o quinto movimento - "Sogne de une nuit de sabat" (1830) [alguém sabe se "sogne" é sonho, ou soneto, ou serenata, ou outra coisa...?]. Porém toda essa sinfonia de Berlioz (uma raridade do que se ouve da França) é magnifica, em seus cinco movimentos, num total de aproximadamente 55 minutos; a que marcou ele, talvez a única conhecida, de renome, dele.

Posto aqui esse quinto movimento em particular, e não a obra completa, porque quero destacar apenas algumas coisas neses movimento que de fato é FANTÁSTICO! Tenho 3 versões dela, em todas há algumas mudanças de interpretação, e essa é o que mais me toca quanto ao que quero destacar no quinto movimento.

Ouça primeiro o movimento depois atente-se para uma figura, uma idéia, uma imagem, uma palavra que começa a ser puxada, de modo bem sutil, pelo fagote e grave dos violoncelos a entrada dos sinos dando a idéia do decorrer do tempo, depois pela tuba, trombone e contra-baixos, madeiras, flautas fazendo uns contrastes, o timpano bem fraco e grave, os metais fazendo aquelas harmonias, aos 2min42seg - 5min +- e que depois é trabalhado em algumas outras partes do movimento.

Como descrever tais palavras, ideais de expressão meramente musical? O que destaco aqui é esse periodo dos 2:4 aos 5 minutos. Tenho refletido muito com isso, esse momento não sai da minha cabeça. Momento também chamado de "Dies Irae" = Dia do Juízo, na música. Ainda não conheço nada sobre a obra, não a estudei ainda, nem a interpretei; mas ao ouvir esse momento, eu não pude pensar em nada diferente além de sinonimos para o grandioso e terrível dia do Juízo, a magnitude e magestade máxima de Deus, uma harmonia, orquestração, pintura, arquitetura, textura, que se fosse usar uma palavra sinonimo para descrever a essência disso seria "solenidade"; quando se encara de fato uma verdade verdade com toda sobridez, de valor eterno máximo, encarando ao mesmo tempo toda a vaidade da vida, o fútil, de mostra que a música, a harmonia, conseguiu demonstrar uma idéia, um pensamento, uma verdade, que eu não imaginava ser possível ser expressa! Algo que eu apenas tinha na filosofia, na idealização, no pensamento, pela primeira vez pude ver fisicamente, e nem mesmo num idioma (qual seria capaz de criar tal palavra?), mas em música.

Não sei se Berlioz era cristão, apesar que pela música, parece que sim; mas o que esse amigo de Victor Hugo conseguiu compôs, muitos teólogos e pregadores ainda não conseguiram nem mesmo entender; mesmo não sabendo se era sua idéia. O mais interessante desse quinto movimento é que as harmonias têm um andamento melódico; de modo como se narrasse um personagem, uma pessoa passando por tudo aquilo, não sei se o eu lirico seria o próprio Berlioz, transcrevendo suas experiências de vida. Mas creio que ali na noite de sábado, nas estrelas ele viu um pensamento, uma idéia extremamente grande, e ele ousou a investigá-la e escrevê-la; é de tremer. Conseguiu ser extramente sério mesmo com aqueles pizicatos e flautas fazendo rodopiadas. Entre os metais há um timbre especifico que não consigo identificar direito, talvez seja algum tipo especial de horn.

Aprecie a música. [com moderação]

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