14 agosto 2013

Comparação Trompetes YTR-6345G x Bach Stradivarius 37

O mundo dos trompetes é um mundo muito complexo de muitos modelos e poucas avaliações de caráter mais objetivos sobre as diferenças entre um modelo e outro, alguns são mais famosos, outros tem mais nome de peso na marca. Mas o que realmente muda? Onde está a diferença? Hoje venho aqui a comparar e caracterizar dois excelentes trompetes, um Yamaha YTR 6345 G e um Bach Stradivarius 37.

Veja o vídeo abaixo no qual faço alguns testes comparando os dois trompetes. (Infelizmente o ambiente e a qualidade do mic da câmera ter reduzido a experiencia a percepção do som real, mas acredito que evidencia algumas suas diferenças).



Yamaha YTR 6345G
Detalhes do produto: Site Yamaha
Descrição em Inglês: Yamaha's professional models are medium-weight for a perfect all-around playability. They're at home in any setting, from studio to big band, concert band, chamber group, or orchestra. The 6345G features a large bore and a gold-brass bell for a warm, rich, commanding tone and is ideal for those who need versatility in their horn, who are looking for an instrument that will play and sound just right in any group or setting. Monel pistons are resistant to corrosion and are an ideal choice for professional trumpet pistons which must retain precise fit and smooth action over many years.
BoreL: 0.462"
Bell Diameter4-7/8"
LeadpipeGold Brass
Body MaterialYellow Brass
Bell MaterialGold Brass; One-Piece
WeightMedium

Média de preço nos EUA (Novo): $1980.00 - 2118.00  Fonte: Music123
Média de preço nos EUA (usado): $ 1150 - 1450.00 Fonte: eBay

Prós
1. A precisão dos pistos e ataques nas notas. Parece uma navalha.
2. Afinação excelente. Na verdade, é até dificil tocar desafinado, se não atacar certinho lá na nota (principalmente na região aguda) o som embola, pipoca, não sai facil. Parece como trocar as marchas de um carro, ele só anda com as marchas bem engatadas.
3. Muito volume. É um trompete que dá para rasgar no som, volume e projeção que se pode fazer. Parece andar com um daqueles carros que quanto mais você pisa mais ele responde.
4. Um som tremendamente rico, belo, cheio, aquele som que dá gosto de ouvir, que preenche, encorporado e muito versátil para todos os estilos. É um timbre que se destaca entre outros sons. Em especial, um timbre muito viril, eróico, é aquele 'som pra cima, pra frente', é empolgante.
5. O acabamento de todo tubo da campana, campana e verniz é muito bonito; se destaca da grande maioria.
6. O instrumento incorpora muito o timbre dos bocais. Se você usar um bocal grande, cheio, você vai sentir o timbre do instrumento incorporar bem esse timbre. Se usar um bocal médio e raso, como um 3C, 3D ou 14b4, ou mesmo 7c, vai ter um som muito brilhante, claro e rico; de certo modo, esse instrumento voa nesses bocais. Acho que ele tem uma pegada um pouco mais voltado para popular que para erudito, mas também não deixa a desejar no erudito, o som dele incorpora bem os bocais grandes de maneira que produz um som muito rico. No bocal Schilke 22 parece que estou tocando num trompete alemão daqueles com som bem cheio, rico e profundo, como se fosse tocar uma obra de Bruckner. No bocal 2FL da Denis Wick, é como se estivesse tocando um ótimo Flugelhorn. E por ai vai. O Grande destaque desse instrumento é a sonoridade, seu timbre.
7. Não há como deixar de destacar seu case. É simplesmente o melhor case para trompete que conheci e ouvi dizer. Melhor que o da Xeno, Bach, e muitos outros cases de luxo. É forte, seguro, leve, tem espaço de sobra para partituras, livros, surdinas, bocais...
8. O acabamento e som da campana é excelente. O site da Yamaha diz que é feito de Gold-Brass (uma liga de metais com ouro); mas já ouvi outros dizerem que é feito de cobre, e até mesmo de bronze já ouvi dizer. Gostaria de saber qual é exatamente, só sei que o timbre da campana é um som de um sino de destaque.
9. Quer dar um belo de um steccato ou ataque? Este é o trompete.

Contra
1. É um trompete com muita pegada. É como andar num carro de 250 cavalos, motor 2.5, e com os pistos muito precisos. Nele é preciso de muita sensibilidade, controle e sutileza para por exemplo fazer uma rápida escala cromática em legato de forma bem sutil, quando não se quer fazer parecer aquela diferença de intervalo entre uma nota e outra; exatamente porque ele tem muita pegada, é difícil manobrar nesse aspecto em baixa rotação, andar a 20 km/h nele, tem que aprender a pisar bem de leve nele. Ele tende a destacar mais o ataque e mudança entre uma nota e outra.
2. Não é recomendado para estudantes e pessoas com baixa resistência e/ou embocadura fraca. Por ser um instrumento muito preciso, como já disse que aceita pouco o erro da entonação da nota, a região aguda dele exige maior resistência e gás, provavelmente por ser Bore Largo (há trompetistas que não conseguem se acostumar a Bore L). Não é muio flexível na região aguda para mim.  Eu toco muito pouco, por hobby, apenas nos fins de semana, e uma tocadinha com sorte durante a semana, não tenho aquela embocadura de aço, e costumo tocar com bocal grande, sinfônico e tenho muita dificuldade na região aguda com ele, sobretudo em ter resistência nela. Mas para pessoas com bico mais de aço, que tocam frequentemente, ou, que usam bocal menor e/ou mais raso, não sente essa dificuldade, como alguns amigos meus já testaram e os interroguei quanto a esta questão.

Comentário de outro trompetista que trocou por um Xeno 8345
O antigo dono vendeu ele para adquirir um Xeno 8345. É outro trompete. Mais suave de se tocar, foi melhorado no aspecto de ser mais flexível entre as regiões (inclusive aguda) e dá mais resistência. Porém, alias critica de alguns trompetistas, a linha Xeno ficou com um som meloso demais. Não tem a mesma pegada e brilho, ataque do 6345G, e nesse aspecto,  o antigo dono meio que se arrependeu de ter feito essa troca; mas acostumou com o novo e achou que o som do 8345 que é muito pesado deixou mais confortável o seu som, já que toca com um bocal 14B4 que ficava brilhante demais para tocar coisas mais eruditas, no seu jeito de tocar. Ele também disse que quando comprou por volta do ano 2000, na época era considerado o modelo top da Yamaha que foi muito famoso na época, antes de criarem a linha Custom e Xeno.

Bach Stradivarius 37
Particularmente a maioria das vezes que toquei o Bach 37 foram apenas pequenos testes em ensaios que toquei o de alguns amigos. É um trompete muito popular e dito como grande referencia aqui no Brasil, vira e mexe você encontra alguém tocando um. Para testar melhor - para talvez adquiri-lo - peguei um excelente trompete Bach 37, quase que uma reliquia, feita por meados da década de 70, um vintage feito na época aurea da Bach e que estava perfeitamente conservado, sem nunca ter passado por uma reforma, vernizada etc.

Algumas Caracteristicas
Fonte: Bach Brass
Material: Yellow-Brass
Bore: ML (Medio-Largo), 0.459"

Média de preço nos EUA (Novo): Por volta de $2700.00 Fonte: Music123
Média de preço nos EUA (Usado): $600.00 - $1700.00 Fonte: eBay

A primeira impressão ao pegar um Bach 37 é que não parece ter nada demais nele. Tanto na aparencia, quanto na pegada e peso, lembra a linha studant da Bach, ou mesmo um King, e um Amati Studant que já testei de um amigo. Mas ao tocar, você percebe claramente destaques desse instrumento.

Prós
1. É um instrumento muito versátil e agil. Os pistos são um pouco mais soltos e leves do que os do yamaha, sem perder a velocidade.
2. O instrumento oferece baixa resistência a coluna de ar, isso aumenta seu range, resistencia e flexibilidade entre as notas e regiões.
3. Facilmente o instrumento corresponde a todas as dinâmicas que você tenta executar. Soa claramente e sem dificuldades fazer um crescendo de um pp para um ff.
4. É um instrumento agil e relativamente facil de se trabalhar e alcansar o registro agudo.
5. Dá para fazer dedilhados legatos bem suaves e bonitos, dá para surfar entre as notas com relativa facilidade e controle.
6. Não deixa a desejar em questão a volume e projeção. Você manda ar e ele vai, mesmo se tratando de um ML. Nesse ponto, apesar que o YTR6345G vai mais longe [pois tem um motor mais potente, corre mais], o Bach, por outro lado, tem uma relação melhor entre as marchas, não sendo muito longas; enquanto a do yamaha quanto mais agudo, mais precisa 'esticar'. (comparando a dirigir um carro).

Contra
1. Ataques. O instrumento exite um pouco mais de ar e lingua mais rápida para se fazer um bom ataque, ou uma articulação mais presente. Ele tende suavizar as passagens de notas. Bom para dedilhar bonito, mas ruim quando se quer dar mais agitação e tornar mais eletrizante.
2. Timbre. O timbre do Bach 37 deixa muito a desejar, é muito opaco comparado ao YTR 6346G. Não parece o timbre de um instrumento profissional (apesar que alguns não vão gostar de ouvir isso), não é muito lirico.Talvez se for tocar algo mais próximo para algo meloso, triste, ou Blues, ou algo que normalmente se toca num Flugelhorn, quando se trata de solos. Mas ele não deixa a música muito para frente. O timbre é tão seco que o som parece morrer pouco depois de executado, o que dá a impressão 'que não vai muito para frente', não tem muito vigor.
3. Na região aguda, o som parece com aquele som claro e seco de bandas marciais de escolas americanas que usam bocais muito pequenos e rasos. Para deixar um som mais brilhante e encorpado na região aguda, recomendo usar um bocal sinfônico para dar mais corpo.
4. O som da campana deixa a desejar. É feito de latão (yellow-brass). [No vídeo deixa claro que tem som de latão.]
5. Ele amacia muito o som. Usei vários bocais, que tem caracteristicas e timbres diferentes (Bach 2 1/5C, Yamaha 16C4-GP, Bach 1C, Schilke 22, Schile Sinfonico M1) e os sons ficaram muito semelhantes, próximos, com pouca diferença, de modo que apenas parecia ser uma questão de tocar o que era mais confortavel. Apenas quando usei um bocal de flugel (Denis Wick 2FL) o som se diferenciou bem, e ficou mais parecido com o som de um flugel do que o YTR6345 com o mesmo bocal.

Comentário especial
É um trompete muito gostoso e macio de se tocar que te dá muito controle e certa facilidade de executar muita coisa, e te ajuda um pouco mais de resistência, e tem pontos positivos na região aguda. Porém é um instrumento que peca na qualidade do material, no timbre e sonoridade. O som é mais escuro que o yamaha, com um bocal de flugel fica até bem aveludado como um flugel. É muito procurado por estudantes mais avançados. Mas ao lado de um Yamaha é um timbre seco, sem muito sal, que não tempera muito a música. Todavia, os músicos mais exigentes de carreira mais feita, poder aquisitivo melhor, geralmente procuram por outros instrumentos, ou fazem modificações especialmente no leadpipe e/ou campana para dar mais 'pegada' e melhorar o 'timbre'. Acredito ser um ótimo modelo para estudantes que querem um instrumento de maior qualidade e facilidade de se tocar e muito bem aceito no mercado e no mundo musical. Talvez a melhor 'opção de entrada' nos modelos profissionais. Mas acredito que com o tempo a grande maioria irá preferir trocar de instrumento para a linha profissional da yamaha, schilke, ou mesmo outros, ou pelo menos personalizar o seu instrumento para mudar um pouco o timbre e a pegada.

Comentário do trompetista Antonio João Diogo
Tenho um Bach 180 GS 37/25, e já tive um YTR 6345G, para mim com o mesmo setup, pouquíssima diferença, salvo o Yamaha facilitar um pouco o stacatto, mas ao mesmo tempo o Bach me facilita um pouco a flexibilidade. Minha opinião. há no caso do Yamaha também é mais barato.

07 agosto 2013

Liszt: Sinfonia Dante - Completo

Essa obra é uma novidade para mim, mas fiquei encantando por ela. Não acredito no Inferno tampouco no Purgatório. Mas vale lembrar que na época, foi uma obra dentro de um contexto Cristão Católico. E aqui, Franz Liszt nos dá uma tremenda aula de "semantica". Está obra é absurdamente expressiva!!! Aqui mostra claramente a tremenda habilidade do compositor em expor tais idéias, como o terror do Inferno, a beleza, calmaria, tranquilidade, pureza celestial. Obra feita em 1857, com mais traços da qual diriamos fazer parte do Modernismo, fantástica obra. Coloco aqui vídeos com uma tremenda interpretação da Filarmonica de Berlim.

Movimento 1: Inferno

Movimento 2: Purgatório

Movimento3: Paraiso

Dramartugia
A obra já foi alvo de dramartugias e até mesmo filmes entre outros. Lembra do filme "O Inferno de Dante", no caso era um vulcão que se explodia no meio de uma cidade. Mas aqui um vídeo interessante, o som não está dos melhores, mas eles fizeram todo um ambiente com luzes vermelha, um telão mostrando cenas e imagens referentes a obra, e uma narração, leitura cantada, interpretativa, com a legenda. Muito didático.


Liszt Mazeppa, Symphonic Poem No. 6 / Christian (Berliner)

Apenas um pequeno trecho (devido a sua excelente qualidade de som) deste extraordinário poema sinfonico Mazeppa, de um autor pouco conhecido e tocado aqui no Brasil, Franzs Liszt, com qual eu tenho pouca familiaridade devido a ter composto mais obras para piano.




Para conferir toda a dramaticidade incrivel dessa obra, confira aqui na integra numa excelente execução e interpretação em níveis de dramaticidade, até mesmo certo terror e suspense.


You Rise Me Up - Trumpet Solo

Confira esse maravilhoso solo de trompete de Fernando Lopez desta incrível melodia, da qual vale a pena conferir a letra.



05 agosto 2013

Freedom - Coração Valente (Braveheart - Theme)

Não se fazem mais bons filmes como antigamente. Fato!
Mas e trilas sonoras? Confeço que a cada dia que passa acho o mesmo. É extremamente dificil nos depararmos com uma Trilha Sonora, sobretudo um tema de filme, que nos marca como antigamente fizera os grandes clássicos: Star Wars, Indiana Jones, De Volta para o Futuro, Forrest Gump, entre tantos outros. O último tema que me marcou foi o da magnifica obra "O Senhor dos Anéis".

Ecos do passado ressoam até hoje com essa inusitada música do classico Coração Valente de Mel Gibson, com gaitas de fólio, entre outros, fazendo um tema profundo, melancólico, frio e intenso, buscando emoções profundas que nos voltam para valores altruistas, de amor, uma melancolia mas uma esperança em meio a ela. E a sensação de liberdade, de livre, quase como se estivesse a correr por aqueles campos enormes.

Para as gerações mais novas que não conheceu tal filme (assista), mas antes, contemple esta música.